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FOTO: INTERNET |
Durante
essa semana, nos deparamos com o triste e lamentável caso da jovem de 17 anos
que foi violentada sexualmente por 33 homens. O caso teve grande repercussão
nas redes sociais, onde alguns dos autores do crime bárbaro, postaram fotos e
vídeos no momento do crime, expondo e ridicularizando a vítima.
Algo que também chama a atenção, é a
forma como muitas pessoas se posicionam a respeito desse ocorrido (e em outros
similares), demonstrando frieza e descaso as vítimas desse tipo de tragédia.
Frases usadas como: “a culpa foi dela, não deveria estar naquele local”, “com
essa roupa está pedindo pra ser estuprada”, “a natureza do homem é assim
mesmo”, “isso não é hora de uma mulher estar sozinha na rua”, entre outras,
mostram o quanto a sociedade e cultura brasileira sofre a cada dia mais um
retrocesso de valores.
Valores? Que valores são esses? São
aqueles em que permitem ou não as mulheres vestirem-se de acordo com o padrão
social, estar em ambientes que “lhe cabem”, sair até tal hora...
Segundo Fischer (2011 apud Boris e
Cesídio, 2007) a família tradicional e a igreja, ainda tentam impor o que é
certo e o que é errado , apontando o que é considerado bom comportamento e o
que é inaceitável para uma mulher, ressaltando os valores a moralidade que
foram estabelecidos e mantidos em diversas gerações. a partir desse contexto,
vê-se que o modelo de conduta da mulher, dever ser não a partir dos seus ideais
e, sim do que a cultura impõe a ela.
O agressor é sempre visto como o
detentor de maior poder. Em crises ou ameaças de ruptura dessa dominação
tradicional, o agressor, inconscientemente tenta esconder seus medos e
vulnerabilidades, através da violência, aproveitando-se de vítimas, que ele
considera indefesa na sua visão machista.
Schraiber et al. (2009) diz que a violência
de gênero é banalizada e aceita em algumas culturas, quando há normas culturais
ou legais conferindo direito de propriedade masculina sobre as mulheres.
Fica uma questão social, será que o
fato da mulher ter sido abusada, estuprada, violentada e ter tido seus direitos
violados, é realmente por não ter se comportado como dita a cultura? Ou estamos
vítimas de uma cultura machista que não se sustenta em suas próprias fraquezas
?
A violência dessa jovem, não foi
apenas com ela, mas atingiu todas as mulheres que lutam diariamente pela
liberdade de serem quem elas quiserem ser. A questão aqui não é isolar esse
caso, como sendo o único ocorrido, mas serve para todos nós como uma reflexão,
no que estamos construindo como moral e ética, para nós mesmo e para as futuras
gerações.
Fonte:
blogsulancanews
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