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Mães de crianças com microcefalia sofrem com falta de assistência do INSS

Fila prejudica renda e saúde das crianças, filhas de pessoas que foram vítimas de doenças como o zika vírus

Arquivo/Agência Brasil

FORUM - O surto de doenças relacionadas ao Aedis Egypt, como o zika vírus, há alguns anos, afetou a gestação de muitas mulheres brasileiras, que hoje cuidam de crianças com microcefalia sem assistência do estado. Uma reportagem da BBC News Brasil publicada nesta terça-feira (2) conta a história de Jéssica Paula Lima, de 26 anos, e Rosigleide Santos da Silva, a Kel, de 22 anos, que enfrentam essa situação.

Jéssica é mãe de Brenda, de 1 ano e 5 meses. “Não tem comida em casa, o que tinha já acabou”, disse. “Às vezes quando tem verdura ou qualquer outra coisa eu cozinho e bato no liquidificador e dou para ela. Verdura, suco, qualquer coisa que tem ela toma, só na mamadeira. Porque ela está com [disfagia dificuldade de engolir], e não está aceitando nada na colherzinha, nem papinha mais grossa, ela engasga e vomita.”

O peso de Brenda, que tem microcefalia e sofre com alterações como malformações na cabeça, movimentos involuntários, convulsões, irritabilidade, problemas de deglutição, baixa visão e audição, permanece o mesmo há meses. “A médica disse que na próxima consulta se não aumentar o peso um pouquinho vai ter que ir para a sonda”, relata a mãe.

Jéssica não consegue assistência do INSS: “Disseram que estava faltando o CPF do meu filho, o que não faz sentido, porque eu já tinha mandado e estava tudo certo. Levei de novo. De lá para cá, está em análise”.

“A renda que tenho são R$ 171 do Bolsa Família. Pago R$ 100 do aluguel e com os R$ 71 eu me viro”, conta Jéssica.
Kel revelou que, no mês passado, sem renda, ela e a mãe pediram dinheiro emprestado para a vizinha para comprar Keppra, um medicamento antiepilético cuja caixa com 60 comprimidos custa cerca de R$ 135, para o filho. “É um remédio que ele toma duas vezes ao dia, não pode faltar”, diz.

“Está bem difícil. Meu companheiro trabalha, mas é insuficiente para os gastos, especialmente com o meu filho, que toma remédios controlados”, detalha.

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