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Não sobra um |
Por
Paulo Nogueira
A
maior revelação das delações é a seguinte: ao contrário do que a imprensa
tentou sempre vender aos brasileiros, o PSDB é um partido visceralmente
corrupto.
Corrupto
e demagógico. O demagogo é aquele que prega o que não faz. O PSDB viveu nos
últimos anos condenando a corrupção à luz do sol e, na penumbra, praticando-a
freneticamente, com a voracidade de quem sabe que a impunidade está garantida.
Todo
mundo sempre soube que o PMDB é um clube de batedores de carteiras. Você vê
Sarney na sua frente e automaticamente leva as mãos para os bolsos para
proteger sua carteira.
Mas,
graças à parceria que sempre teve com a mídia, o PSDB era tido por muitos
inocentes úteis como um reduto de homens puros.
Essa
mentira histórica ruiu espetacularmente, e é um dos grandes ganhos da crise
política que tomou o país.
O
que aconteceu com o PSDB, simplesmente, é que a imprensa não publicou sua
roubalheira.
A
frase que simboliza isso foi pronunciada pelo delator Sérgio Machado: “Fui dez
anos do PSDB. Não sobra um.”
Isso
poderia estar gravado no túmulo tucano: “Não sobra um”. No jazigo pessoal de
Aécio, o epitáfio poderia ser outra frase de Machado: “Todo mundo conhecia seu
esquema”.
Uma
informação do delator Cerveró pode ser o epitáfio de FHC: “Foi o campeão das
propinas”.
O
benefício do desmascaramento tucano é imenso para a sociedade. Imagine se o
mesmo tivesse ocorrido com a UDN na campanha contra Getúlio. O trabalho sujo de
desestabilização contra Jango à base do “combate à corrupção” teria sido
abortado.
Nunca
mais a plutocracia conseguirá ludibriar os brasileiros com a falácia da
corrupção. Ficou claro que ela é a própria essência da corrupção.
Talvez
então o país possa debater com profundidade o que é realmente o câncer
nacional: a desigualdade.
Fonte:
DCM
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