Luiz Francisco Fernandes de Souza, procurador do MPF (Imagem: Pragmatismo Político) |
Inversão
de valores. Na era FHC, imprensa atacava procurador que investigava tucanos.
Luiz Francisco de Souza chegava a ser ridicularizado pela grande mídia.
Relembre
Rodrigo
Aguiar, via facebook
Tempos
seletivos
Se
a indignação corrente contra casos de corrupção – a maioria ainda baseada em
precárias denúncias de meliantes, barcos de lata e pedalinhos infantis – é
seletiva, por que a memória não seria?
No
início dos anos 2000, o procurador federal Luiz Francisco de Souza atazanava
tucanos ligados ao presidente FHC.
Era
RIDICULARIZADO pela chamada grande imprensa: um falso paladino, falso asceta
(dirigia um fusca 1985) e petista. Tratamento não apenas diferente, mas
CONTRÁRIO ao recebido pelos procuradores da operação lava jato.
O jornal O Globo era o mais preocupado com a -cito um editorial- “ofensiva contra
a imagem do próprio presidente da República“.
Ao
analisar ações de membros do MPF que se aproximavam do gabinete presidencial, o
mesmo editorial dizia ser “incorreto que se confundissem INDÍCIOS COM PROVAS,
possibilidades com certezas e, acima de tudo, DESEJOS COM FATOS“.
Os
“desejos“, no caso, seriam as motivações político-partidárias do procurador. O Globo pedia calma. Estava correto.
O
editorial é do dia 15 de agosto de 2000.
Segue
(1) uma versão dele, na íntegra.
E
(2) um trecho destacado, que me parece uma das maiores pérolas do esquecimento
brutal que acometeu os outrora SENSATOS editorialistas de O Globo.
Sei
que caixa alta parece grito, mas é necessário, creiam neste perplexo postante.
Ao
criticar um procurador federal por excessos que estavam turvando a imagem do
presidente, o Globo, em sua nobre página de opinião, naquele ancestral agosto,
PUBLICOU isso:
”
(…) o interesse público pede principalmente algo bastante elementar: que
guardem suas denúncias PARA O FIM DO PROCESSO INVESTIGATÓRIO E NÃO AS ALARDEIEM
NO INÍCIO, QUANDO SÃO AINDA SUSPEITAS.”
O
editorial chega a sugerir uma revisão nas prerrogativas do Ministério Público garantidas na Constituição de 1988. E encerra com um galante FH falando à já
notável repórter Mirian Leitão. Vale a pena a leitura, basta colar as colunas.
Dito
isto, lido o editorial, te pergunto: QUE TAL?
Fonte:
pragmatismopolitico
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