A
poucos dias da presidenta Dilma Rousseff poder sancionar a lei que autoriza a
distribuição da Fosfoetanolamina Sintética a pacientes de câncer, a USP,
universidade que durante mais de 20 anos distribuiu gratuitamente o composto,
usou um golpe baixo para tentar macular a imagem do composto e de um dos seus
criadores: denunciou o cientista e pesquisador Gilberto Chierice por prática de
curandeirismo.
Uma
denúncia da Procuradoria da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos,
gerou a queixa à Polícia Civil. Nela, o químico Gilberto Chierice se torna o
alvo. De acordo com a denúncia, ele cometeu crime de curandeirismo, que é a
prática de prescrever, ministrar ou aplicar substância para cura de doenças.
O
pesquisador foi chamado para prestar depoimento na delegacia na tarde desta
quarta-feira (30). A USP foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto
até a publicação da reportagem. Chierice preferiu não comentar a denúncia. Para
pacientes e defensores da Fosfo, a ação da USP foi orquestrada no Palácio
Bandeirantes que teme que a presidenta Dilma Rousseff transforme em lei a
doação. Com isso, o protagonismo do governador Geraldo Alckmin estaria
ameaçado.
O
governador se colocou contrário a distribuição da substância e desde o ano
passado pacientes são obrigados a entrar na Justiça para ter acesso à Fosfo.
Desenvolvida
para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura
para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e
não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem
registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecido.
Inquérito
apura dois crimes
A
USP denunciou o pesquisador por curandeirismo e por expor a vida ou a saúde de
outrem a perigo direto iminente, previstos como crimes nos artigos 284 e 132 do
Código Penal, respectivamente. A pena para o primeiro é de prisão de 6 meses a
3 anos e, para o segundo, de 3 meses a 1 ano. Entretanto, é sabido que, por
conta do uso da substância, um número incalculável de pacientes de câncer
recuperaram a saúde, foram dados como curados e amenizaram as dores comuns
durante o tratamento da doença.
De
acordo com o site G1, a denúncia foi feita inicialmente para a Polícia Federal,
que encaminhou o caso para a Polícia Civil de São Carlos. O delegado seccional
Geraldo Souza Filho informou que um inquérito foi aberto no dia 15 de fevereiro
para apuração.
Além
de Chierice, foram ouvidos também o pesquisador Salvador Claro Neto e o diretor
do Instituto de Química, Germano Tremiliosi Filho. Também devem ser ouvidos
pacientes com câncer que usaram a substância.
Fonte:
conexaojornalismo
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