O
novo Ministro da Justiça fez aquilo que seu antecessor não fez em seis anos:
jogou luz setores polícia que praticam os ilegais vazamentos seletivos.
Jeferson
Miola
O
condomínio jurídico-midiático-policial atua monoliticamente na inteligência e
na direção estratégica do golpe. Quando um elo da sua estrutura se fragiliza,
toda a estrutura socorre e regenera este elo fragilizado, para manter compacto
e rígido o conjunto do condomínio.
Nos
últimos dias, dois elos da estrutura golpista-fascista foram avariados: o
justiceiro Sérgio Moro, que somou ao seu currículo de abusos e arbitrariedades
o crime de interceptação e divulgação ilegal de conversas da Presidente da
República – “ele simplesmente deixou de lado a Lei”, nas palavras de Marco
Aurélio Mello, Juiz do STF; e a Polícia Federal, que finalmente foi notificada
que não mais contará com a leniência do ex-Ministro José Eduardo Cardozo, que
incrivelmente tolerou a transformação da instituição em Polícia Política para a
perseguição e destruição de inimigos ideológicos.
A
proteção e a solidariedade para com Sérgio Moro veio de todos os setores
golpistas, com notável destaque para o Procurador da República e para o Líder
do PSDB no STF, Gilmar Mendes.
A
defesa da natureza de Polícia Política da Polícia Federal também partiu de
vários setores golpistas - situados no Parlamento, Judiciário, mídia,
Ministério Público e, obviamente, nas próprias corporações dos policiais
federais.
O
novo Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, é um profissional originário do
Ministério Público que demonstra conhecer em profundidade o ordenamento
jurídico-democrático brasileiro e as funções legais e institucionais do sistema
jurídico e policial do país.
Nos
minutos iniciais no cargo, o novo Ministro fez aquilo que seu antecessor inepto
não fez em quase seis anos: jogou luz sobre a escuridão em que se escondem
aqueles setores obscuros da corporação policial para a prática ilegal de
vazamentos seletivos, para a seleção de investigação que é feita segundo
conveniências políticas, para a proteção de aliados políticos e para a caça e
perseguição de inimigos ideológicos.
A
posição do Ministro Eugênio Aragão desencadeou no golpismo
jurídico-midiático-policial, como seria de se esperar, uma reação irascível e,
ao mesmo tempo, irônica: acusam-no de violar o Estado Democrático de Direito.
Isso
não passa de jogo de cena para constranger a atuação do Ministro da Justiça e
assim inviabilizá-lo no cargo. Querem a vida mansa que tinham até a semana
passada, para seguirem impondo a regra de um Estado Policial, autoritário,
partidarizado e instrumentalizado para destruir a parte da sociedade que pensa
diferente.
Agem
assim porque querem usar a máquina pública para caçar e prender o Lula e, com isso,
destruir a imagem deste que é um dos maiores símbolos da esquerda brasileira e
mundial.
Querem
fazer um Estado totalitário em que algumas pessoas, usando seus cargos e
funções públicas, governem as Leis, e não um Estado em que as Leis governem e
protejam a sociedade.
Os
ataques ao Ministro da Justiça no fundo alvejam a ordem democrática. A
democracia está flanqueada pelo golpismo fascista. Defender e fortalecer o
trabalho do Ministro da Justiça é um imperativo para a defesa da democracia e
do Estado Democrático de Direito.
Créditos
da foto: José Cruz / Agência Brasil
Fonte:
cartamaior
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