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Lula faz discurso histórico em oposição ao fascismo e devolve a esperança

O Jornalista pela Democracia Ricardo Kotscho escreveu neste sábado (23) sobre o "discurso de estadista" feito pelo ex-presidente Lula na noite de ontem, no Congresso Nacional do PT: "era tudo o que eu queria ouvir dele", comentou, "uma mensagem de combate, força e esperança, dirigido em especial às novas gerações de brasileiros massacrados pelo fascismo em marcha"

Lula no Congresso Nacional do PT (Foto: Ricardo Stuckert)

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - “Impossível é apenas uma palavra usada pelos fracos que acham mais fácil viver no mundo que lhes foi determinado do que explorar o poder que possuem para muda-lo. O impossível não é um fato consumado. É uma opinião. Impossível não é uma afirmação. É um desafio. O impossível é algo potencial. O impossível é alto temporário. Nada é impossível” (Muhammad Ali, enviado pelo leitor Heraldo Campos).

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“O futuro será nosso, o futuro será do Brasil!”.

Assim Lula terminou seu discurso na abertura do Congresso Nacional do PT, na sexta-feira, em São Paulo.

Era tudo o que eu queria ouvir dele: uma mensagem de combate, força e esperança, dirigido em especial às novas gerações de brasileiros massacrados pelo fascismo em marcha.

Li o discurso inteiro e posso garantir a vocês, com conhecimento de causa: esse discurso de estadista vai passar para a história como o mais contundente e lúcido já feito por Lula desde que surgiu na cena política brasileira como líder sindical, há mais de 40 anos.

Em pouco mais de uma hora, Lula fez não só um perfeito diagnóstico da tragédia que estamos vivendo, desde o aborto do bolsonarismo, como também apontou caminhos para o partido e o país saírem desse pesadelo.

Foi o primeiro discurso pensado e lido que Lula fez depois de sair da prisão, dando todos os sinais de para onde quer ir e como pretende fazer uma oposição dura ao governo de turno.


Sem unir as forças democráticas para extirpar esse mal, não temos futuro. Só ele pode fazer isso.

Aos 74 anos, esperando viver 120, como costuma brincar, Lula parece ter lido este ensinamento de Muhammad Ali da epígrafe, nos 580 dias em que devorou uma pequena biblioteca na prisão.

“Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho. Somos e seremos oposição a esse governo de extrema direita, que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta”, resumiu Lula, ao dizer o papel que cabe ao PT.

“Não fomos nós os responsáveis pela eleição de um candidato que tem ojeriza à democracia (…) São essas pessoas (os que votaram em Bolsonaro ou os isentões, acrescento eu) que agora nos dizem para não polarizar o país. Como se polarização fosse sinônimo de extremismo político e ideológico, como se o Brasil já não fosse polarizado entre quem tem muito e quem tem pouco”.

Com outras palavras e mais sereno, na essência era o mesmo Lula que conheci falando aos operários em greve no estádio de Vila Euclides, no final dos anos 70 do século passado, quando ele desafiava a ditadura militar apenas com um microfone na mão.

Desde aquela época, para o bem ou para o mal, na oposição ou no poder, a política brasileira gira em torno desse que é o maior líder popular de todos os tempos no nosso país.

A libertação de Lula muda completamente o cenário político neste final de 2019, o mais terrível ano que vivemos desde que me conheço por gente.

Diante dessa realidade, contra a qual nada pode fazer, o governo do capitão radicaliza cada vez mais nas suas ações neofascistas e neoliberais para provocar um confronto com as suas milícias reais ou virtuais.

“Me sinto muito mais forte do que quando eu me entreguei”, garantiu Lula aos petistas, que esperavam exatamente isso dele.

Lula falou para todos os brasileiros, não só ao partido.

As grandes redes de televisão ignoraram o discurso histórico do ex-presidente, mas ele já está habituado a isso desde a criação do PT.

Ganhando ou perdendo eleições, ele sabe que será sempre um estranho no ninho desta elite predadora que apoiou e bancou a campanha do capitão em 2018, com medo da volta do PT.

Medo de quê, exatamente?

Nos seus oito anos de governo, em que o país chegou a crescer 7% ao ano e ele deixou o Palácio do Planalto com mais de 80% de aprovação, todos melhoraram de vida, em especial os mais pobres, e o Brasil era um país respeitado no mundo inteiro.

Apenas nove anos depois, viramos párias mundiais, campeões de desigualdade, com uma corja lúmpem e desqualificada comandando os destinos de uma das maiores economias mundiais.

Obrigado, amigo velho, por nos devolver a esperança.

Tomara que o futuro chegue logo, antes que você fique mais careca do que eu.

Até a vitória!, como a gente dizia antigamente.

Bom final de semana a todos.

Vida que segue.

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