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Ciro é um carreirista e nunca será presidente


Ciro não vence para presidente porque não tem projeção nacional e o PT não tem culpa nenhuma da pequenez dele. Ciro não conseguiu ganhar de forma efetiva nem em seu reduto eleitoral, o estado do Ceará, ficou à frente de Haddad por apenas 382.105 mil votos. “Apesar da diferença, os presidenciáveis dividiram o Ceará. Cada candidato ganhou em 92 municípios de um total de 184.” (TRIBUNA DO CEARÁ, 2018).

O Partido dos Trabalhadores perdeu a disputa presidencial, mas continua sendo o segundo maior partido do Brasil (MDB ainda é o primeiro) e o maior partido de esquerda da América Latina. Mesmo com o Golpe jurídico-parlamentar-midiático conseguiu eleger a maior bancada de deputados federais.

Ciro não tem relevância política para se eleger a nível nacional sem o apoio do PT. E ele sabe disso, tanto sabe que culpa o PT por sua derrota, repete que se o PT o tivesse apoiado ele teria ganho as eleições. Ora, Ciro assume que não tem capital político e que só chegaria à vitória se o PT o sustentasse. 

Lembremos que no dia 07 de outubro muitos eleitores do PT votaram impulsivamente em Ciro achando que o mesmo teria uma possibilidade de vitória maior que a de Haddad contra Bolsonaro. Não foi Haddad quem tirou votos de Ciro; foi justamente o contrário.

Orgulho ferido

Desde que perdeu as eleições de 2018, Ciro partiu para o ataque ao PT. Mostra-se rancoroso e nefasto nos adjetivos que usa pra desqualificar os eleitores do PT e se apequena ao falar mal de Lula e Dilma.

Depois de todas as declarações de Ciro contra Lula e o PT, os eleitores progressistas jamais votarão nele. Ciro está isolado porque é impulsivo e agressivo, age como um coronel que não aceita contrapontos, xingando adversários e até aliados sem decoro e argumentação lógica. Ciro e Bolsonaro são dois lados da mesma moeda. Chamam a atenção da mídia pelas bravatas raivosa.

Ciro, o carreirista 

Ciro é cria da Arena “começou sua vida partidária em 1982 no antigo PDS, partido que sucedeu a Arena (Aliança Renovadora Nacional), legenda que sustentava politicamente a ditadura militar.” (PRAZERES, 2016). A verdade é que Ciro nunca foi de esquerda. Ciro tem cabeça de direitista à moda antiga, autoritário e oligarca. 

Ciro segue a maré, em 1983 filiou-se ao PMDB (partido de Tancredo Neves) e foi deputado estadual pelo Ceará; em 1990 abraçou o PSDB de Tasso Jereissati sendo eleito consecutivamente prefeito de Fortaleza, cargo que ocupou por 15 meses, e Governador do Ceará. Ciro fecha a era PSDB como Ministro da Fazenda de Itamar Franco pelo breve período de quatro meses. Ao final, briga com o PSDB, talvez, pelo partido ter escolhido FHC e não ele para disputar a presidência. 

Em 1997 entra no PPS e disputa as eleições presidenciais de 1998 e 2002. Na era Lula assume o ministério da Integração Nacional e em 2005 filia-se ao PSB sendo eleito deputado federal. “Nos quatro anos em que foi deputado federal pelo PSB, Ciro não apresentou um único projeto de lei ou proposta de emenda constitucional. Faltou a quase metade das sessões em plenário e praticamente ignorou as reuniões das comissões.” (MARINI, 2018). Permaneceu na sigla até ser preterido por Eduardo Campos para a disputa presidencial de 2014. 

Ciro então vai para o recém criado PROS. Em 2015 muda novamente de partido, encontrando abrigo no PDT e disputando as eleições de 2018.

Ciro, o desagregador

Ciro vai mudando de partido na esperança que o seu fogo de palha dure tempo suficiente, que não apague antes de deslanchar. Oportunista, alia-se a quem pode lhe dar votos, foi assim com Tasso Jereissati e com Lula. Será que Ciro se aproximará de Bolsonaro? 

“Conhecido pelo que ele mesmo chama de “inconstância partidária”, Gomes chega à sua sétima legenda (...) com uma curiosa média de 4,7 anos de permanência em cada partido e um rastro de farpas pontiagudas trocadas entre ele e seus antigos correligionários. (PRAZERES, 2016).

Ciro está cada vez mais se distanciando da centro-esquerda. Acha que deve seguir a maré da volta da direita para assim chegar ao poder. Mas a ascensão não é de uma direita democrática, a ascensão é da extrema-direita que despreza a democracia e a própria política e nela Ciro não tem a menor chance.

Não foi o PT que acabou; foi você, Ciro.

Referências:

MARINI, Luisa. Ciro não apresentou projeto e faltou a quase metade do mandato na Câmara. Disponível em: < https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/ciro-nao-apresentou-projeto-e-faltou-a-quase-metade-do-mandato-na-camara/>. Acesso em: 08 jan. 2019.

PRAZERES, Leandro. Com média de 4,7 anos por partido, Ciro coleciona farpas com ex-colegas. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/01/22/com-media-de-47-anos-por-partido-ciro-tem-rastro-de-farpas-por-partidos.htm>. Acesso em: 07 jan. 2019.

TRIBUNA DO CEARÁ. Bolsonaro não venceu em nenhum município do Ceará; Ciro e Haddad empataram em 92 a 92. Disponível em: <http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/eleicoes-2018/bolsonaro-nao-venceu-em-nenhum-municipio-do-ceara-ciro-e-haddad-empataram-em-92-a-92/amp/>. Acesso em: 07 jan. 2019.


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