247 – A inusitada decisão do Tribunal de Contas da União de determinar o bloqueio dos bens da presidente deposta Dilma Rousseff pelo caso Pasadena serve a um objetivo diretamente vinculado ao golpe de 2016: acelerar o feirão que vem sendo promovido por Pedro Parente, à frente da estatal.
"O tribunal determinou o congelamento do patrimônio pessoal de Dilma, conselheiros e dirigentes da Petrobras até o limite de US$ 580 milhões, baseando-se no valor estimado das perdas causadas nesse péssimo negócio", diz editorial do jornal O Globo, de João Roberto Marinho. "Agora é necessário manter e se possível acelerar o ritmo de privatizações das atividades não fundamentais ao futuro da Petrobras. A recuperação da empresa é fundamental ao país e vital ao Rio de Janeiro."
Ou seja: enquanto Dilma é punida por uma operação recomendada por parecer do Citibank e aprovada pelos conselheiros privados da estatal, Parente vende tudo e faz transações bilionárias, na bacia das almas, sem ser incomodado.
No entanto, ele pode esbarrar na Justiça, uma vez que liminares já impediram trocas de ativos da Petrobras, que decidiu entregar campos do pré-sal à francesa Total e à estatal norueguesa Statoil, por valores abaixo dos de mercado, segundo denúncias formuladas por petroleiros e geólogos.
Leia, abaixo, nota de Dilma sobre o caso:
Sobre a decisão do TCU em torno de Pasadena
Em relação ao julgamento de Pasadena pelo TCU a assessoria de imprensa da Presidenta Dilma esclarece:
1. Não há prova alguma de qualquer ilícito praticado pelo Conselho Administrativo da Petrobras. Até porque muitos dos seus integrantes eram empresários do mercado, com experiência em gestão e aquisições. Cabe destacar que nenhum tinha ligação política com o governo.
2. Está claro, pelas próprias atas do Conselho de Administração da Petrobras, que a compra de 50% das ações de Pasadena foi feita com base em avaliações e informações jurídicas e financeiras consideradas íntegras e cabais. Dois anos depois, o Conselho foi informado que tais informações eram parciais e incorretas, transmitidas por diretor hoje condenado por corrupção.
3. O MPF proferiu parecer em 22 de julho de 2014, dizendo: “…não é possível imputar o cometimento de delitos de nenhuma espécie aos membros do Conselho de Administração, mormente quando comprovado que todas as etapas e procedimentos referentes ao perfazimento do negócio foram cumpridas”.
4. O TCU, em diversos julgamentos entre 2014 e 2017, isentou o Conselho de Administração da Petrobras, presidido por Dilma Rousseff, de prejuízo na compra de Pasadena.
5. A presidenta eleita Dilma Rousseff vai apresentar mais uma vez o devido recurso para comprovar que não houve qualquer ato ilegal ou irregular que o Conselho à época tivesse conhecimento.
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