247 - A Lava Jato é uma desgraça que se abateu sobre o país há três anos.
Não por coincidência, três anos de recessão, três anos de ódio, três anos de instabilidade politica, três anos de retrocesso democrático.
Nenhuma "operação" radical que se propõe a destruir alguma coisa gigante trouxe coisas boas nem foi bem sucedida.
A Inquisição quis acabar com o judaísmo. Teve apoio popular porque queimava os hereges em praça pública e sem cobrar ingressos.
Roma quis acabar com os cristãos. Saciava a sede de sangue da massa promovendo grandes torneios em que cristãos desarmados eram obrigados a enfrentar leões famintos.
Milhares de judeus foram queimados, milhares de cristãos foram dilacerados, mas o judaísmo e o cristianismo não acabaram.
A Lava Jato ganhou popularidade propondo acabar com a corrupção, uma tarefa tão inviável quanto acabar com o judaísmo ou o cristianismo.
Mas se tornou popular queimando petistas vivos.
Isso foi no início, quando a ideia era dizimar o PT; agora que os petistas foram queimados a Lava Jato cumpre a tarefa de acabar com o PMDB.
Além de promover espetáculos públicos de destruição de biografias e incitar a população contra um governo eleito, a Lava Jato praticou o maior atentado à constituição já praticado desde a redemocratização, ao grampear e divulgar o grampo de uma presidente da República.
E inaugurou o hábito de prender antes de julgar, a pretexto de "manutenção da ordem pública".
E incentivou a delação, criando a figura do "delator premiado".
Sob o silêncio cúmplice de instâncias superiores, cujo papel é defender a constituição.
Dá impressão que a Lava Jato se transformou no Quarto Poder, pairando no céu da pátria como "uma esperança" semelhante à de encontrar um pote de ouro no fim do arco-iris.
O messianismo sobrevive no Brasil. O Dom Sebastião do momento é Sérgio Moro, que formalmente é um juiz, mas na prática atua mais como inquisidor.
Apesar da voz desagradável, do cabelinho curto e das ideias idem ele tem uma legião de seguidores fanáticos.
Não é possível explicar racionalmente a atração da classe média por essa figura estranha, para dizer o mínimo.
Em três anos de atuação a única coisa que a Lava Jato conseguiu foi mostrar algo que as pessoas bem informadas já sabiam há muito tempo: que a relação entre governos e empresários é espúria; que não se faz negócios com o governo sem pagar pedágio; que não se faz doação eleitoral sem uma boa contrapartida.
O que a Lava Jato conseguiu foi mostrar ao mundo que o Brasil é um país de corruptos.
A Lava Jato conseguiu acabar com um governo em início de mandato, associada a um grupo de políticos golpistas que agora trata de também alijar do poder.
A Lava Jato passou a ser o principal assunto do país, passou a ditar a pauta nacional. Assuntos urgentes, como a recuperação econômica e os juros exorbitantes, que dilapidam a economia popular, passaram ao segundo plano.
Os brasileiros querem saber quem é o próximo poderoso a cair em desgraça.
Quem será o próximo queimado vivo.
A Lava Jato não melhorou o país, não melhorou a vida de um só brasileiro. Não encheu a barriga de ninguém. Trouxe o desemprego em massa como maior legado.
E não vai acabar com a corrupção.
Antes, vai acabar com o Brasil.
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