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Invisíveis, mas existem. A miséria exige mais que se fantasiar de gari



Quando a Rainha Elizabeth veio ao Brasil, em 1968, se me recordo, a ditadura mandou instalar outdoors ao longo da Avenida Brasil, para que Sua Majestade não visse as favelas no trajeto entre o Galeão e a Zona Sul do Rio de Janeiro.
É inevitável que isso venha à mente ao ler que o Prefeito João Dória Jr. mandou instalar telas em torno de um viaduto para onde se “empurrou” moradores de rua em São Paulo.
“Adianta” tanto quando “adiantou há quase 50 anos.
Pode-se prendê-los com telas, pode-se tampá-los com panos.
Isso não vai fazê-los deixar de existir.
E, com o triunfo da selvageria neoliberal, cada vez em maior número.
Para quantas pessoas se vai prometer  serem “encaminhadas para vagas de acolhimento, moradia e emprego o mais breve possível”, num projeto econômico recessivo, que atira no desemprego, todo mês, dezenas, centenas de milhares de seres humanos?
A matéria do Estadão relata que passa gente de carro junto do pequeno “campo de concentração”, à noite, xingando, fazendo ameaças.
Gente que acha que “cidade limpa” é limpeza social do que julgam ser lixo humano.
Quanto falta para grupos nazistoides que proliferam por toda parte jogarem gasolina e atearem fogo nestes pobres “fantasmas” que a elite não quer ver?
Presos num “brete”, enjaulados à beira da rua, aos magotes, o mal se faz  “no atacado”.
Depois não se diga que terá sido um “acidente pavoroso”.
Fonte: tijolaco

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