Nessa terça-feira, dia 9, o relatório do impeachment foi aprovado em plenário do Senado por 59 votos a 21. Pela votação, fica claro que a aprovação do impeachment deve passar na Casa com certa facilidade. Conforme já havíamos assinalado, na medida que o governo golpista se consolidasse, ficaria mais complicado impedir o processo de impeachment, a não ser por uma reação da massas mobilizadas.
O movimento que se formou contra o golpe poderia ter barrado o golpe, mas caiu em uma confusão e desorientação gerada pelas direções do movimento que decidiram abandonar a luta contra o golpe por palavras de ordem que capituladoras como “plebiscito”e “eleições gerais”. Esse é o caso do PCdoB, alguns setores do próprio PT e setores da esquerda pequeno-burguesa como o Psol e Guilherme Boulos do MTST.
Com o tempo, as ilusões com o Senado também vão se desfazendo. Da mesma maneira que a votação na Câmara dos Deputados acabou com as ilusões de que se poderia reverter o golpe ali, o espetáculo do Senado deverá ter o mesmo resultado.
Nesse sentido, deve ficar claro que a luta contra o golpe não deve ser limitada pelo resultado na votação no Congresso. Seria um erro monstruoso acreditar que após a votação e a consumação do golpe, o movimento deveria acabar e as coisas voltariam à “normalidade”, ou seja, restaria “democraticamente” para a esquerda esperar as próximas eleições.
É preciso ter claro que a votação do impeachment não é a etapa final do golpe. Com a consolidação do governo golpista, o objetivo da direita será aprofundar as medidas golpistas contra a população. A perseguição contra o PT e outras organizações populares e de esquerda irá se aprofundar as medidas contra os direitos da população devem ser colocadas em prática de maneira ainda mais violenta do que está acontecendo hoje.
Um exemplo muito claro é a Argentina. Lá, o golpe foi disfarçado sob a cobertura de eleições, que colocou o direitista Maurício Macri no poder. A vitória da direita golpista não foi o passo final, pelo contrário, foi o início de uma ofensiva completa contra os trabalhadores e a população em geral.
Nesse sentido, o movimento contra o golpe deve não só continuar depois da votação do Senado, mas deve ser ampliado. A derrota do golpe estará na ordem do dia enquanto não for imposta uma derrota de fato à direita. Será preciso mobilizar os trabalhadores nas ruas, eliminando completamente as ilusões no Congresso Golpista, no Judiciário e nas eleições. Já ficou claro que essas instituições são um instrumento do golpe e da direita golpista
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