247 com Agência Brasil - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continua usando "seu mandato e poder político" em benefício próprio. As conclusões de Janot estão no pedido de prisão de Cunha, enviado à Corte no dia 23 de maio.
Ontem (14), o ministro do Supremo Teori Zavascki concedeu prazo de cinco dias para que a defesa de Cunha se manifeste sobre o pedido de prisão. A medida foi tomada após o vazamento do pedido. Na mesma decisão, o ministro determinou a retirada do sigilo do pedido de prisão.
De acordo com o procurador, mesmo após ser afastado do cargo de presidente da Câmara e do mandato de deputado federal pelo STF, Eduardo Cunha continua atuando em benefício próprio. Janot cita a decisão da Mesa Diretora que manteve as prorrogativas do parlamentar, como autorização para continuar na residência oficial, uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), e declarações dele à imprensa, nas quais diz que vai continuar frequentando a Casa e seu gabinete. Para Janot, Cunha tenta ainda influenciar na indicação de integrantes do governo do presidente interino, Michel Temer.
Na peça, Janot sugere que Cunha passe a cumprir uma espécie de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica e o "recolhimento" no período de funcionamento da Câmara", de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, além da proibição de manter contato com outros parlamentares e investigados na operação.
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