Em
palestra na noite desta terça-feira (14) em São Paulo, o ex-ministro Ciro Gomes
(PDT) disse que a culpa da atual situação brasileira não é do PT e que está à
disposição para contribuir com a defesa da presidente eleita Dilma Rousseff,
que “é honesta e herdou governo mestiço”. Pré-candidato à Presidência em 2018,
o ex-governador do Ceará falou ainda sobre sua proposta de reforma política e
afirmou que tem a oferecer ao País “36 anos de história, sem inquérito nenhum”
A
culpa da atual situação brasileira não é do PT, avaliou o ex-ministro Ciro
Gomes (PDT-CE), em palestra na Fundação Escola de Sociologia e Política de São
Paulo (FESPSP), na noite desta terça-feira (14). "Culpa é um conceito
católico extremamente retrógrado. Não é o PT o problema do Brasil. Aliás, a
minha raiva é uma paixão magoada. Minha coisa é com o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e não com o PT. Não atribuo culpa a ninguém e o PT, no fim, é o
lado bom da história. O problema é que o PT falhou, fracassou, e expôs todo o
pensamento progressista a um retrocesso”, disse, de acordo com informações do
Estadão.
Ele
avaliou, no entanto, o quadro do partido como despreparado, citando nomes como
Antonio Palocci e José Dirceu. "Palocci, por exemplo, foi fazer besteira.
Dirceu, meu amigo, não podia fazer o que fez. Não é culpa. É que nós, do nosso
lado, não podemos fazer isso", disse, analisando ainda o encontro recente
entre Lula e Renan Calheiros como um erro.
Sobre
a presidente afastada Dilma Rousseff, Ciro disse estar à disposição de sua defesa,
e acredita que ela está caindo pela “desconstituição pelo povo e pelos seus
discursos moralistas”. "Não é por pedalada. Ela é honesta e herdou governo
mestiço", disse. "Me afastei deles, porque eu sempre disse 'não vai
dar certo, vai dar merda’”.
Pré-candidato
pelo PDT para 2018, Ciro afirmou não saber o que traria de novo para o Brasil
caso fosse eleito, mas destacou sua trajetória política até agora e disse que a
decisão está nas mãos do povo. “Não sei. O eleitor que tem que me julgar. O que
eu tenho que apresentar é 36 anos de história, sem inquérito nenhum, não
usufruí das franquias do poder, nem utilizei essas imoralidades de tríplex e
não tenho conta na Suíça. Eu tenho uma vida, não sou mais uma proposta",
disse.
No
entanto, o ex-governador do Ceará defendeu um projeto nacional de
desenvolvimento com começo, meio e fim, que não seja “a qualquer custo”,
acentuado em poupança doméstica, com novo modelo de construção estratégica
planejada e emancipação do agronegócio. "Não vamos inventar outro País",
disse.
Ciro
sugeriu ainda, como proposta de reforma política, a estatização de campanhas e
financiamento público, além do recall, que é convocar a população para saber se
o chefe do executivo permanece ou não no cargo, que valeria quatro mandatos
para frente.
(Com
informações do Estadão)
Fonte:
brasil247
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