Um desastre: Janot |
O
atual Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, caminha a passos largos
para ser o mais desnorteado, incoerente e contraditório ocupante do mais alto
cargo do Ministério Público brasileiro.
Nessa
disputa inglória, cujos concorrentes antepassados deixaram um legado de inconstitucionalidade
realmente desastroso, Janot se destaca pela negação do seu próprio entendimento
da matéria julgada.
Ao
defender junto ao STF que o ex-presidente Lula não deve assumir o ministério da
Casa Civil do governo da presidenta Dilma, o PGR conseguiu a façanha de tornar
a sua decisão ainda mais absurda do que a anterior tomada a apenas nove dias
atrás do atual entendimento.
Em
28/03 o excelentíssimo já havia se pronunciado sobre a questão atestando a
legalidade e a sua posição favorável à nomeação de Lula para o cargo, porém,
com a aberração jurídica de todo o seu processo retornar às mãos do juiz Sérgio
Moro na primeira instância.
Seria
o primeiro caso na história da política brasileira que um ministro de Estado
legalmente nomeado não disporia do foro privilegiado previsto na Constituição
Federal.
O
fato é que em pouco mais de uma semana, talvez por motivos que a moralidade
desconheça, uma decisão que já era uma afronta às normas constitucionais se
transformou numa verdadeira ingerência sobre um assunto que ultrapassa as
fronteiras de poderes independentes.
O
mais curioso é que tudo isso se deu após a memorável carta endereçada a todo o
Ministério Público Federal em que esse mesmo Janot afirma categoricamente que
“não existe salvação possível fora das instituições” e que “devemos apagar o
brilho personalista da vaidade para fazer brilhar o valor do coletivo”.
Quem
escreveu essas linhas definitivamente não é a mesma pessoa que aconselhou o STF
a proibir a posse do ex-presidente como ministro. Nada pode ser mais incoerente
e contraditório, sobretudo por levantar a suspeição de que a mais alta corte
desse país não possui a competência e a isenção necessárias para julgar um
cidadão como Lula.
Por
tudo isso, Rodrigo Janot está se mostrando um péssimo servidor público, mais
até do que Geraldo Brindeiro, o inesquecível “Engavetador Geral da República”.
A favor deste, ninguém pode acusá-lo de contraditório, FHC o nomeou exatamente
para isso: engavetar.
Já
Janot, não podemos culpar Dilma, afinal de contas, desde que o PT é governo que
quem realmente indica o PGR são, republicanamente, os próprios membros do
Ministério Público.
Pena
que Rodrigo Janot seja a cópia fiel da lástima em que se encontra todo o poder
judiciário nacional.
Fonte:
diariodocentrodomundo
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