Seis
grandes obras de infraestrutura do Brasil estão entre as 100 mais importantes
do mundo, de acordo com lista feita pela consultoria internacional KPMG; quatro
delas têm o carimbo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo
federal
Seis
grandes obras de infraestrutura do Brasil estão entre as 100 mais importantes
do mundo, de acordo com lista feita pela consultoria internacional KPMG. De
acordo com o ranking, quatro delas têm o carimbo do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), do governo federal.
São
elas: Projeto de Integração do rio São Francisco (PISF), Morar Carioca -
comunidade sustentável, o Campo de Libra do Pré-sal e a Parceria Público-Privada
(PPP) do sistema de tratamento de esgoto de Recife (PE). As outras duas obras
brasileiras incluídas na lista são a Ferrovia Transcontinental e o Metrô da
Linha 6 de São Paulo.
Segundo
a publicação, cada um dos 100 projetos listados "representa o espírito de
infraestrutura, desenvolvimento e financiamento privado", e revela como
governos pelo mundo estão se desdobrando para encontrar meios para financiar
importantes projetos de infraestrutura - como é o caso do PAC.
Das
quatro obras do PAC listadas pela consultoria KPMG, a que é integralmente
financiada com recursos do PAC é o Projeto de Integração do São Francisco, que
gera mais de 10 mil empregos e está com quase 70% de seus trabalhos concluídos.
O
projeto vai levar água para mais de 12 milhões de pessoas que moram em 390
municípios do Nordeste do país. É a maior obra de infraestrutura hídrica do
país e uma das maiores do mundo. Se destaca por executar 477 quilômetros de
canais em dois eixos de transferência de água - Norte e Leste -, com a construção
de 4 túneis, 14 aquedutos, 9 estações de bombeamento e 27 reservatórios.
A
lista das obras é um relatório global que a empresa KPMG faz a cada dois anos.
Foram criados quatro grupos para selecionar as obras mais importantes de acordo
com sua complexidade, relevância para o país, viabilidade econômica e impacto
na sociedade. Para se chegar à lista final de 100 obras, foram convidados
especialistas independentes dos Estados Unidos, China, Índia e Brasil, que
formaram quatro juris para cada região avaliada. Após algumas rodadas de
discussão dos júris, chegou-se à lista final de 100 empreendimentos.
Segundo
o sócio da KPMG no Brasil, Maurício Endo, o Brasil retomou com vigor os
investimentos em infraestrutura e tem feito boas iniciativas para financiar
essas obras. "O PAC é um indutor e realmente tem acelerado e beneficiado
vários projetos de infraestrutura, inclusive alguns de parceria
público-privada, aportando recursos na área de transporte urbano, por
exemplo", afirma o consultor, que elogia a integração cada vez maior entre
o PAC e o Programa de Investimento em Logística (voltado para concessões), para
que o Brasil aumente ainda mais o investimento em infraestrutura logística.
"A infraestrutura é crucial para o crescimento das exportações e para o
crescimento doméstico."
Edson
Costa, coordenador do departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do PAC,
lembra que a Integração do rio São Francisco é um projeto muito antigo, vem
sendo debatido desde a época do Império, há mais de 100 anos. Mas só depois da
inclusão da obra no PAC, em 2007, é que ela realmente começou a andar. O PAC,
diz Costa, criou um ambiente melhor de investimentos no país, priorizando
algumas obras importantes e criando mecanismos para financiar os projetos.
"A possibilidade de conclusão das obras que compõem a carteira do PAC são
maiores, pois existe tratamento diferenciado na gestão, no monitoramento e na
garantia dos recursos", explicou Costa.
O
professor de finanças da Universidade de Brasília (UnB), José Carneiro da
Cunha, diz que a Integração do São Francisco é sem dúvida uma das obras mais
estratégicas em andamento hoje no país, por atacar um problema antigo, que é o
abastecimento de água no Nordeste. "Resolvendo isso, vai também
potencializar a produção agrícola da região e dando melhores oportunidades de
emprego." Pode inclusive, diz Cunha, gerar uma redução da pressão de
expansão das fronteiras agrícolas na Amazônia, já que o PISF contribuirá para
melhorar a qualidade do solo do semiárido por meio da irrigação. "Além
disso, faz surgir novas atividades econômicas na região, reduzindo a
necessidade de programas assistenciais, o que é muito bom."
Fonte:
brasil247
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