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Por
Alice Campos/Portugal – O IX Seminário Luso-Brasileiro de Direito da
Universidade de Lisboa, organizado pelo ministro Gilmar Mendes, já conta com
várias desistências por parte de autoridades brasileiras e portuguesas, como
consta na página oficial do evento no Facebook. Mas, terá presença garantida,
do coletivo de brasileiros em defesa da democracia, que estarão reunidos nesta
terça-feira (29) as 09 horas da manhã em frente a Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa, protestando contra as ameaças a democracia brasileira,
e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Patrocinado
pela Itaipu Binacional, o Seminário intitulado “Constituição e Crise — A
Constituição no contexto das crises política e econômica”, passou a ser visto
com desconfiança por vários convidados e pela imprensa dos dois países, como
uma reunião para tratar do Brasil ‘pós-Dilma’. O caráter oposicionista do
encontro, criou desconforto nos convidados e protestos nas redes sociais, e
passou a ser visto como palco de um “governo no exílio”, e inclusive pela
coincidência do termino do evento em no dia 31 de março, data em que completa
52 anos do Golpe Militar de 64 no Brasil.
O
ato do coletivo de brasileiros em defesa da democracia tem o objetivo de fazer
um contraponto ao discurso que se propaga de forma hegemônica em diversos
setores da mídia brasileira, para os quais o impeachment não é golpe. Para este
coletivo de brasileiros, o impeachment é um instrumento constitucionalmente
previsto, embora o atual processo fira o estado democrático de direito, porque
não respeita as condições estabelecidas pela Constituição.
“A
Carta de 1988 apenas aceita a destituição de um Presidente pelo cometimento de
um crime de responsabilidade, o que não ocorre no caso atual.” As questões
relativas ao orçamento, pedaladas fiscais, que é a base do pedido de
impeachment, “é um procedimento adotado todos os dias pelos chefes dos
executivos estaduais e municipais, tendo os anteriores presidentes da República
feito o mesmo, sem a condenação do Tribunal de Contas da União, nem do
Congresso, tampouco da mídia”, completa nota do coletivo.
O
coletivo de brasileiros diz “repudiar quaisquer tentativas de interrupção dos
ritos democráticos, para o atendimento de interesses paroquiais de quem não
compreende que, em democracia, a chegada ao Poder só se dá pela via do sufrágio
universal. ” Ao contrário dos sistemas parlamentaristas, no presidencialismo, a
“perda de confiança” do Parlamento não pode ser critério para destituição de um
Presidente, sob pena de abandono das regras constitucionais.
Ilustres
visitas a Portugal
O
evento a princípio contaria com a presença do vice-presidente Michel Temer,
principal beneficiado com o impeachment de Dilma Rousself, mas cancelou por
questões de agenda. O presidente da FIESP, Paulo Skaf também teve problemas de
agenda. Os senadores do PSDB Aécio Neves e José Serra, ambos envolvidos em
escândalos de corrupção, estarão presentes.
Também
presentes no evento o líder do PTB, deputado Paes Landim, e o Ministro
presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, este último da Bahia,
ligado ao antigo PFL, hoje Democratas, era do time de ACM, conhecido político
que inicio carreira durante a ditadura militar no Brasil e que era chamado por
muitos como Toinho Malvadeza.
A
bela Lisboa anda sendo muito visitada ultimamente, FHC anda com visitas
regulares aos amigos e na semana de Páscoa a capital portuguesa contou
inclusive com a visita local do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg.
Uma
das mais belas cidades do mundo, Lisboa atrai pessoas, pela sua riqueza
histórica, pelo seu povo, mas provavelmente também pela excelente qualidade do
vinho, inclusive soube que vai ser servido um amanhã, da marca Golpe.
Vamos
ver como a imprensa brasileira se portará mediante a análise internacional
sobre este evento.
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* Historiadora, jornalista luso-brasileira,
especialista em Direito para Comunicação Social pela Universidade de Lisboa,
mestranda em Estudos dos Medias e do Jornalismo pela Universidade Nova de
Lisboa. É vice-presidente da Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo
Público (Frenavatec/Brasil), membro fundadora da Frente Parlamentar pela
Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação na Câmara dos Deputados em
Brasília, membro do Observatório Latino-Americano das Indústrias de Conteúdos
Digitais (OLAICD), atua na agenda da comunicação como um direito humano e na
formação de redes globais de comunicação e cultura da paz.
Fonte:
portalempauta
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