O The Intercept Brasil e a Folha de S.Paulo divulgam nesta terça-feira farto material indicando que procuradores da Operação Lava Jato, em conluio com o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro, esconderam informações da ministra Rosa Weber, do STF, quando ela examinava uma ação da defesa do ex-presidente Lula, então submetido a perseguição e já ameaçado de condenação e prisão
247 - Mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas na edição desta terça-feira (5) da Folha de S.Paulo revelam que os procuradores da Lava Jato esconderam informações de Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal ao pedir seu apoio num momento decisivo do cerco que realizavam para condenar e prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início de 2016. A reportagem é de Ricardo Balthazar, da Folha e Rafael Neves, do The Intercept Brasil
Segundo as mensagens, eles também evitaram fornecer ao gabinete do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem pediram que discutisse o assunto com Rosa, detalhes sobre o andamento do caso em Curitiba e as ações planejadas pela Lava Jato no cerco a Lula.
A reportagem assinala que a questão estava na mesa da ministra porque ela fora sorteada para examinar uma ação que a defesa do ex-presidente movera para tentar suspender as investigações. Para os advogados de Lula, havia um conflito entre a força-tarefa de Curitiba e promotores de São Paulo que também o investigavam na época.
As mensagens deixam claro o envolvimento direto do então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro, na perseguição a Lula, em conluio com os procuradores da Lava Jato. Além de ordenar a interceptação dos telefones do líder petista, o então juiz Sergio Moro, que era responsável pelos processos da Lava Jato no Paraná, autorizara os investigadores a realizar buscas e conduzir Lula à força para depor. Faltava definir a data da operação quando o caso chegou ao STF.
O Supremo deve julgar em breve uma ação em que Lula questiona a imparcialidade de Moro como juiz e pede a anulação dos processos em que foi condenado.
As mensagens obtidas pelo Intercept sugerem que a força-tarefa temia que Rosa aceitasse os argumentos da defesa do ex-presidente. Além disso, revelam que o grampo nos telefones do petista permitiu que os procuradores obtivessem informações sobre a movimentação dos seus advogados e se antecipassem a eles.
A ação examinada por Rosa Weber em 2016 foi protocolada pela defesa do ex-presidente na tarde de 26 de fevereiro, uma sexta-feira. Pouco depois, a Polícia Federal interceptou duas ligações em que o advogado Roberto Teixeira, sócio do escritório que defende Lula, sugeriu o contato com a ministra.
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