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Governo celebra recorde do trabalho precário e trata como "empreendedorismo"



Segundo Eduardo Fagnani, economista e professor da Unicamp, o governo Jair Bolsonaro trata como empreendedorismo o crescimento da chamada 'uberização' do mercado de trabalho, como venda ou entrega de comida

(Foto: Carolina Antunes/PR | Reuters)

247 - O número de trabalhadores informais, ou seja, sem direitos trabalhistas, bateu recorde, mas o governo comemora tratando os números com se fossem uma demonstração do crescimento do empreendedorismo. A análise é de Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho.

Em entrevista ao blog do jornalista Leonardo Sakamoto, no site UOL, Fagnani afirma que o governo Jair Bolsonaro acredita que os números do IBGE que apontam um crecimento da chamada "uberização' do mercado de trabalho, ou seja, os trabalhadores por conta própria, revelam que o governo "está estimulando o empreendedorismo". 

"Mas o que ele entende por empreendedorismo não é o desenvolvimento de pequenos negócios sustentáveis, mas gente vendendo ou entregando comida na rua", explica o professor.

De acordo com dados da série histórica do IBGE , o número de empregados sem carteira-assinada chegou a 11,9 milhões de pessoas no trimestre que terminou em outubro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta (29). 

Já os trabalhadores por conta própria, chamado de autonômos como entregadores de comida, motoristas por aplicativos e vendedores ambulantes, bateram novo recorde, chegando a 24,4 milhões de pessoas.

"E a realidade é essa: 11,9 milhões de empregados sem carteira assinada e 24,4 milhões de pessoas por conta própria, ou seja, se virando para sobreviver", explica Fagnani.

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