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Caso Marielle: segundo peritos, avaliação do MP sobre áudios não pode ser usada como prova

Especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem que a análise feita por técnicos é frágil e não tem valor legal 


RBA - A análise dos áudios apresentada pelo Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro em relação ao caso do porteiro do condomínio Vivendas da Barra que teria interfonado na residência de Jair Bolsonaro para autorizar a entrada de Élcio Queiroz, um dos suspeitos de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, não tem valor legal. A avaliação é de especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criminalística, Leandro Cerqueira Lima, tal análise só poderia ser válida “se houvesse a certeza de que todas as gravações de todas as ligações feitas para todas as residências naquele período estivessem íntegras, tanto com a análise de comparação de locução, quanto com relação ao equipamento que gravou, incluindo a verificação da integridade das gravações”. Contudo, só foram analisadas as comunicações feitas entre a portaria e a casa de Ronnie Lessa, também suspeito de executar o crime, no período entre janeiro e março de 2018.

Lima destaca o pouco tempo tomado para a análise. “Seria impossível realizar perícia acerca do conteúdo, comparação do locutor e integridade da gravação em um período tão exíguo de tempo”, disse ao jornal. Outro perito criminal, André Morrisson, concorda, explicando que “exame pericial em áudio não é rápido”.

Na sexta-feira (1º), a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que atuava na ação penal relativa ao caso Marielle, pediu afastamento do caso, após repercussão negativa de imagens e postagens em redes sociais que evidenciam seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro. Ela também tem em suas redes foto com o deputado estadual do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim (PSL), conhecido por ter quebrado uma placa com o nome da vereadora assassinada.

Em sua despedida do caso, ela foi defendida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e divulgou carta aberta, alegando liberdade de expressão e afirmando que “jamais atuei sob qualquer influência política ou ideológica”.

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