ALEX SOLNIK - Com sua decisão de vetar entrevistas de Lula na cadeia e afirmar que casos anteriores de presos entrevistados na mesma situação do ex-presidente não são precedentes, a juíza Carolina Lebbos confirmou o que já estava muito claro desde o início do processo kafkiano, sem pé nem cabeça e foi reafirmado no domingo, 8, em que um juiz de primeira instância desautorizou habeas corpus concedido por desembargador da segunda, além de outras chicanas inaceitáveis e que seus colegas do Judiciário tentam esconder: Lula é um preso político.
Não é possível chegar a outra conclusão, com base na decisão da juíza.
Se outros presos em regime fechado foram entrevistados por jornalistas, até mesmo com imagens para televisão e isso não pode ser considerado precedente para o caso de Lula é porque há diferenças entre aqueles presos e Lula. A diferença é uma só: eles são presos comuns, Lula é preso político.
Presos comuns passam mensagens comuns em suas entrevistas; Lula passaria uma mensagem política. Está aí o cerne da questão.
Não pode haver outra explicação. Foi uma decisão política e não jurídica. Caso contrário, a juíza deveria mostrar o inciso da lei que impede qualquer preso de se manifestar livremente. E até agora não mostrou.
A censura imposta pela juíza é incompatível com o regime democrático. Não importa se o país tem um preso político ou 1 milhão. Basta haver um só para ser considerado regime de exceção.
Assista ao comentário de Alex Solnik:
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