Por Gustavo Conde - O tom foi solene e tomado por estranha emoção contida. A presidente do Supremo Tribunal Federal parecia vestida para um enterro. A fala de Cármen Lúcia ontem, na TV Justiça, traduziu o cansaço do STF em tutelar poderes e pressões. O apelo pela "serenidade" não deixa dúvida: a votação agendada para quarta-feira irá contrariar interesses. A quem pedir serenidade senão àqueles que não a tem?
A frase proferida pela presidente do STF foi: "serenidade para que as diferenças ideológicas não sejam fonte de desordem social". Essa frase embute a ausência de poder do executivo e apreensão pelas pressões que aquele tribunal vem recebendo via recados indiretos da imprensa corporativa. Ontem, Lúcia talvez tenha preparado a extrema direita para sua primeira derrota institucional pós golpe.
Conforme noticiado pelo 247, Gilmar Mendes já antecipou que o julgamento do mérito do habeas corpus de Lula na quarta-feira irá balizar o entendimento do Tribunal a respeito das prisões em segunda instância, dando a entender - do alto de sua posição conhecida sobre o tema - que a análise será técnica e se inclinará para a defesa da constituição, qual seja: a garantia de liberdade até que se esgote o trânsito em julgado.
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