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Líder do Bloco de Esquerda, hoje no governo de Portugal, denuncia golpe no Brasil e declara apoio a Lula!




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“O julgamento do presidente Lula é uma ignomínia sem nome, uma sentença sem caso, é uma punição sem infração, um atentado aos direitos humanos. Mas é muito mais do que isso, é um míssil contra a democracia e o Bloco de Esquerda solidariza-se integralmente com toda a cidadania brasileira que quer ver Lula livre das garras do judiciário, que quer ver Lula devolvido para a democracia, porque Lula devolvido à democracia é o povo que não empresta o seu direito político, é o povo que decide o seu direito político. Nós estaremos em todos os momentos, em todas as circunstâncias, solidários com Lula da Silva”.

Com esta declaração, Luís Fazenda, membro da Comissão Política e da Comissão Internacional do Bloco de Esquerda (BE), expressou o apoio e solidariedade do terceiro maior partido português ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em entrevista concedida em 30 de dezembro último. O dirigente menciona também a posição do BE em relação à política de inclusão social do Partido dos Trabalhadores e ao golpe jurídico e parlamentar de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff.

Fazenda recebeu-nos na sede nacional do partido na Rua da Palma, em Lisboa. Aos 60 anos, esse político e professor, que foi deputado durante dezesseis anos e vice-presidente da Assembleia da República, descreve a fundação e a trajetória do Bloco de Esquerda, que atualmente compõe, ao lado do Partido Comunista Português (PCP), uma aliança parlamentar com o governo do Partido Socialista (PS).

Fundado em 1999, o BE é a junção de três forças políticas – a União Democrática Popular, o Partido Socialista Revolucionário e a Política XXI. Sendo um partido de tendências, posteriormente foram incluídos outros movimentos como ambientalistas, sindicalistas, mulheres e LGBT, com o objetivo de criar um partido plural. Nas eleições de 2015, o BE obteve a maior votação de sua história, tornando-se a terceira força política do país.

Luís Fazenda descreve essa experiência original de enfrentamento ao neoliberalismo no continente europeu aponta uma saída às políticas de austeridade da Troika, composta pelo FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Essa aliança teve início após as eleições legislativas de 2015. A coligação de direita, Portugal à Frente, composta pelo Partido Social Democrata e pelo Partido Popular, foi vitoriosa. Embora obtivesse 46,5 por cento da Assembleia da Republica, ou seja, 107 deputados, não conseguiu formar uma maioria parlamentar para eleger o primeiro-ministro.

Sendo assim, o PS, segundo colocado (com 37,4% de votos e com 86 deputados), teve a oportunidade de formar um governo de esquerda através da aliança com o BE, (com 8,3% e com 19 deputados), e a Coligação Democrática Unitária, composta pelo PCP e Partido Ecologista também denominado de Os Verdes (com 7,4% e com 17 deputados). Neste cenário, a esquerda conseguiu construir uma maioria parlamentar com o objetivo de impedir os projetos de austeridade, privatizações e sucateamento do Estado. Em novembro de 2015 Antonio Costa (PS), assume o cargo de primeiro-ministro com 53,1% da Assembleia, com 122 deputados, cabendo 107 deputados à oposição de direita.

Esse fenômeno de unidade das esquerdas em Portugal chama a atenção e deveria ser seguido com o objetivo de enfrentar o neoliberalismo em outros países como o Brasil. Luís Fazenda esclarece essa conjuntura e esse quadro histórico em sua entrevista e descreve o surgimento da coligação governista, que foi pejorativamente denominada de “Geringonça” pela direita. Posteriormente, devido ao sucesso do governo, o termo passou a ter uma conotação positiva e hoje é de domínio público em Portugal. Na União Europeia, está sendo vista como prova de que pode existir uma política alternativa e uma nova via para as esquerdas em geral. Por exemplo, o Syriza, da Grécia, não conseguiu enfrentar a austeridade da União Europeia, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) se negou a fazer uma aliança parlamentar com o Podemos e o Partido Socialista francês não se interessou em fazer uma coligação com a France Insoumise.

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Fazenda revela que os europeus já entendem perfeitamente o que está acontecendo no Brasil: um golpe de Estado, dado por setores sociais reacionários, com apoio do judiciário, para implementar políticas neoliberais.


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