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Economia elegerá Lula no primeiro turno?



247 - O PIB do terceiro trimestre, “crescimento” de 0,1%, fez a grande mídia mudar de ramo. Passou a concorrer com o Cirque Du Soleil. Convocaram contorcionistas para transformar um resultado pífio em “grande retomada”. Qualquer recém-nascido com mais de cinco quilos do interior da Patagônia sabe que em economia o que conta é a curva. Apressadinhos correrão para dizer que saímos de uma situação muito ruim, negativa, para uma situação ainda medíocre, mas positiva. Esta é a tendência real?

No primeiro trimestre de 2017 nosso PIB cresceu 1%. No segundo, 0,2%. Errado? Não. Os números foram alterados após uma revisão do IBGE. Após a revisão, o PIB do primeiro trimestre saltou para 1,3%, e o do segundo para 0,7%. De 1,3% nos três primeiros meses do ano para o 0,1% de agora é um senhor tombo. Retomada consistente? A curva é para cima? Só convocando o mesmo mágico ilusionista que escondeu Tacla Durán do noticiário.

A reforma da previdência naufragou. No mantra do mercado, sem a reforma quebraremos. Apesar do neoliberalismo tardio e anacrônico vendido como “a grande novidade”, a relação Dívida/PIB só faz aumentar. Já estamos em 74%. O desemprego “recuou”, em tese. Dos postos de trabalho criados, 75% são informais. A precarização virou o padrão. Sua Santidade, “O Povo”, não é enrolado por capa de jornal. Sente na pele os efeitos da crise.

Na leitura do “Sr. Mercado”, sem reformas entraremos 2018 com os investimentos travados e a especulação contra o Brasil no teto. Avaliam que os juros voltarão a subir. A nau ficará cada vez mais sem rumo. Os atuais ocupantes do Planalto estarão focados numa saída para o “dia seguinte”. São inúmeros processos contra eles. Sair de um palácio para uma cela não deve ser nada agradável. Entraremos numa espécie de Black Friday Nacional. A vergonhosa MP da Shell, conferindo isenções de um trilhão de reais às multinacionais, ilustra o que virá.

O fracasso da direita na produção de um “novo” vai empurrando a eleição para “o de sempre”. Uma disputa entre Lula e Alckmin é covardia. A Globo sabe disso e por isso tem batido forte no PSDB. Os cardeais tucanos, completamente perdidos, não sabem se votam contra ou a favor das reformas, se ficam ou saem do governo, se enaltecem ou mandam prender Aécio. No novo programa lançado defendem um “Estado Musculoso”(???). Até o tucano Artur Virgílio, prefeito de Manaus, num ataque de sincericídio se lançou à presidência reconhecendo a derrota certa do governador de São Paulo. A burguesia não está unificada. Parte importante apostará em Alckmin. Se vai com ele até o final é outro papo.

A candidatura de Meirelles apoiada por Temer deve ser coisa do Lula. Retira parte do Centrão dos Tucanos e divide mais ainda o lado de lá. Sem renovação, a radicalização será a tônica ‘com o sangue escorrendo pelas redes”. Não é exagero imaginar a maior soma de votos nulos, brancos e abstenções da história. Numa “eleição repetida”, com a economia em crise patinando e os principais concorrentes nivelados pela Lava Jato, a vitória de Lula no primeiro turno é uma conclusão que não requer grande esforço analítico. A comparação com os tempos de bonança e com a imagem de otimismo do ex-presidente será avassaladora.

Não será surpresa se alguns setores do establishment chegarem à conclusão que o melhor é Lula mesmo. Alguém lembra quem foi o último presidente a mexer na previdência?

Inabilitar Lula é o único caminho da reação. Irão impor um novo golpe ao país? O Brasil sobreviverá ao trauma? Qual o impacto da condenação em segunda instância? Prisão do líder nas pesquisas? A presença de Lula vai se impondo pela realidade objetiva. São números, das pesquisas e da economia. As consequências de sua retirada são cada vez mais imprevisíveis. Com a queda da farsa econômica que venderam, a esquerda parece estar ganhando musculatura. O PIG enlouqueceu de vez e resolveu tratar seus leitores como idiotas. A economia elegerá Lula no primeiro turno? Se não houver “Tapetão”....




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