O Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo no Brasil, já adota medidas para aprofundar a precarização do trabalho na esteira da reforma trabalhista do governo Temer. Em cartaz, convoca trabalhadores para assinar o contrato intermitente para assistente de loja.
Neste tipo de contrato, como anuncia o cartaz, o trabalhador recebe apenas pelas horas trabalhadas, e não pelas que fica disponível ao patrão. Sem direito a seguro-desemprego, esse trabalhador tem possibilidade próxima a zero de se aposentar, tendo de vender sua força de trabalho a vários patrões durante a semana para sobreviver ao fim do mês.
O valor por hora trabalhada oferecido pela Magazine Luiza: R$4,50, (sem direito a Transporte, Almoço, Férias, 13º). Essa é a "inovação trabalhista" digna do século XIX que a patronal está ensaiando junto ao governo golpista de Temer (nunca é demasiado lembrar: essa direita que ataca os trabalhadores teve seu caminho pavimentado pelo próprio PT, que aplicou ajustes e incrementou a precarização do trabalho).
Outras empresas estão tentando se aproveitar da nova legislação trabalhista para superexplorar os trabalhadores, com a justificativa de que "o trabalho intermitente gera mais emprego).
A rede de franquias Sá Cavalcante (dos restaurantes Bob’s, Spoleto, Balada Mix e Choe’s Oriental Gourmet), que denunciamos no Esquerda Diário, está oferecendo vagas em restaurantes, comuns em shopping, com salário de R$4,45 por hora, com carga mínima de 5 horas de trabalho aos sábados e domingos (dias de maior movimento nos shoppings).
A vaga fornecida no anúncio segue à risca a linha da Reforma Trabalhista, recém aprovada pelo golpista Temer, e tem como um de seus principais ataques a legalização do trabalho intermitente (o trabalho esporádico, pra "preencher buraco" das empresas que podem, assim, contratar trabalhadores sem direitos trabalhistas assegurados), assim como outros ataques como o preocupante ponto do "acordado sobre o legislado", no qual se coloca em risco eminente os acordos coletivos vigentes.
É preciso organizar a resistência em cada local de trabalho contra essa orquestra infernal da reforma trabalhista, um ataque gigantesco às condições de vida de milhões de pessoas. Exigir das centrais sindicais que parem de silenciara vontade de lutar dos trabalhadores e coloquem todo seu aparato material para a luta contra o governo. Não podemos admitir que as vidas de nossos familiares, amigos, filhos e netos esteja nas mãos dos capitalistas que querem fazer com que deixemos nossas vidas no trabalho.
Fonte: esquerdadiario
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