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PEQUENO RELATO DE UM CIDADÃO COMUM

Imagem: Reprodução




Relutei em escrever este texto. Não pelo que expressa, mas pelo medo do que o sentimento de ódio e vingança pode me causar. No Brasil, ficou perigoso assumir qualquer lado, fazer qualquer escolha, mesmo o mundo todo sabendo o meu posicionamento. A opinião contrária virou a mola propulsora das agressões, sejam elas físicas ou, como na maioria das vezes, virtuais.


Desde cedo andei ao lado do povo mais sofrido. E não se deve ao fato de eu ter nascido em Almenara, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Até porque sempre tive do bom e do melhor, nas minhas possibilidades, obviamente. Mas eu gostava de conversar com o povo, amava comer na casa do povo, delirava ao ouvir o som emanado do povo. Eu me sentia, inclusive, o povo.


Votei pela primeira vez em 1998. Não esqueço os candidatos escritos na cédula: Lula, Patrus Ananias, Júnia Marise, Nilmário Miranda e Maria José Haueisen. Ou seja, na primeira vez que exerci meu papel de cidadão já carregava comigo o lado vermelho da força na consciência e no peito. Os que vieram a seguir não fugiram disso, tanto que em 2002 eu estava na Praça da Savassi, Belo Horizonte, comemorando a primeira vitória do PT nas eleições presidenciais. Minha juventude se vestiu de presunção e fez com que eu achasse que realmente tivesse feito a diferença, o meu voto. E todos os que estavam lá comigo tinham essa mesma sensação.


No Governo Lula eu vi muita coisa acontecendo. E eu me dei por satisfeito, pois aquele povo que eu costumava venerar começou a ter voz, deixou de comer apenas carne de terceira, passou a integrar as altas rodas de debate da sociedade. Havia povo no aeroporto, no porto e no parto, pois formaram-se médicos do povo, advogados, engenheiros, dentistas, farmacêuticos, economistas e professores. Nascia um povo mais politizado, mais vivo e com mais chance de viver.


Porém, o mundo gira e a lusitana roda. Ao mesmo tempo em que crescia o poder de compra efervesciam as insatisfações com a presença do povo. Pessoas deitadas em berço esplêndido se sentiram pressionadas e acuadas (como se fosse possível tirar este pessoal do topo da pirâmide). Até que houve um erro do governo e... boom! A faísca que a elite precisava se acendeu. Arquitetaram-se e perceberam que deviam se infiltrar nas camadas mais abaixo pra poderem continuar no topo cada vez mais distante. E, como todo mundo está conectado, nada melhor que vociferar pelas redes sociais. Se em 1940 Goebbels já sabia que uma mentira repetida mil vezes se torna verdade, imagina o estrago que podiam fazer no século XXI? Tanto que tem gente acreditando piamente na necessidade de realizar reformas onde o único beneficiado é quem deve mais. Inacreditável como as instituições brasileiras tratam com normalidade o golpe em curso no Brasil. A grande mídia, então, comemora e corrobora com a falsa análise de naturalidade, inclusive oferecendo subsídios falaciosos à grande parte da população politicamente analfabeta. A outra parte já apóia o golpe por simplesmente não gostar de "comunistas", e acha que isto basta. Afinal, voltamos a 1885.


Muita gente deixou se levar pelas meia-palavras, pelas frases fora de contexto, pela notícia dada pela metade. Gente que vivia à deriva, que nasceu no hospital enquanto seus pais nasceram na cocheira, que aprenderam a reclamar quando faltavam frutas na mesa. Gente que teve a certeza do poder de cada um e se esqueceu de que cada cabeça é um mundo. Só que nem todo mundo é uma ilha, e essa conexão imposta pela dúvida foi se alastrando, ganhando corpo e tomando de assalto o governo do povo. E o que mais dói - com o povo apoiando.


É preciso ir às ruas para além de defender a democracia. É preciso relembrar alguns fatos a algumas pessoas, a diversos setores, ao povo. Não defendendo a corrupção, pois, como é sabido, Lula e Dilma foram os governos que mais a combateram. Mas é preciso resgatar o amor, o livre arbítrio, a igualdade entre os desiguais. Acima de tudo, é preciso entregar o Brasil ao seu verdadeiro dono - o povo.

Vejam o Brasil de antes dos governos petistas Lula e Dilma. Essa era a realidade do passado, que depois de doze anos volta a assombrar o Brasil:

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