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Denúncia: Rio de Janeiro é o laboratório do golpe militar no Brasil




As Forças Armadas foram acionadas para cercar a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), na última sexta-feira (22). 950 homens do exército, da marinha e da aeronáutica estão mobilizados em torno do bairro, com dezenas de helicópteros e blindados para intensificar a repressão contra a classe trabalhadora da região.

O pretexto construído para justificar a intervenção militar no município é de que a situação se encontra fora de controle, havendo risco à segurança pública, e que, portanto, segundo os golpistas, é necessário acionar as Forças Armadas. Além dos 950 militares mobilizados, mais três batalhões do exército (totalizando aproximadamente 3 mil soldados) estão prontos para recrudescer a repressão, caso a situação saia do controle.

O Rio de Janeiro, a segunda cidade mais importante do País, está sendo utilizado como laboratório do golpe de Estado no Brasil. A cidade é palco da experiência com as Forças Armadas, a fim de que, caso o golpe em sua forma institucional fracasse, os militares possam tomar conta do poder do Estado.

Como efeito, recentemente o general da ativa Antônio Mourão (frisa-se a patente, general) declarou, em uma palestra, que as tropas militares estão prontas para intervir caso haja necessidade. Traduzindo essa declaração, temos que os militares darão um golpe de Estado se os golpistas não conseguirem implementar todos os ataques à população por meio da canetada.

Apesar dessa possibilidade configurar crime, o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, entenderam que não há por que razão punir formalmente o general, o que significa, na prática, um apoio à possibilidade de intervenção.

Dessa maneira, é de máxima urgência que os partidos de esquerda e as organizações populares e democráticas se organizem a fim de lutar contra o desenvolvimento do golpe, que hoje se vive, para sua forma mais severa. Para tanto, imprescindível é a formação de movimentos que coloquem centralizada a luta contra o golpe de Estado em seu conjunto, enfrentando diretamente toda a direita numa ação política que destrua quaisquer medidas que compõem o roteiro do golpe.

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