No seguimento do golpe e no ataque às minorias sociais, nesta última semana, um juiz da 14ª Vara Federal de Brasília (DF), acatou uma liminar que estabelece normas contra o Conselho Federal de Psicologia, na tentativa de regularizar o uso de terapias de “reversão sexual”, isto é, de modificar a orientação sexual de cidadãos homossexuais.
Há dezenas de anos diversos órgãos de saúde, tanto mundiais, quanto nacionais, não consideram a homessexualidade como doença, distúrbio, transtorno mental, etc, e nem que exista qualquer tipo de tratamento para isso.
Essa nova ação da justiça golpista brasileira reacendeu o debate sobre a questão do avanço da bancada religiosa do Congresso contra os direitos democráticos destes setores, incentivados pelo golpe de Estado contra o governo petista de Dilma Rousseff.
Sem disfarce nenhum, a decisão da justiça foi justamente resultado de uma operação política em que favorece o pastor Silas Malafaia e seus aliados da bancada religiosa.
A denúncia surgiu de um jornalista do portal Congresso em Foco em que analisa uma linha do tempo de ações do pastor. Começa da seguinte maneira: Silas possui um fiel seguidor e escudeiro dentro do Congresso Nacional, que é o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Mas a história começa há alguns anos atrás.
Em 2011, Malafaia começou a investir em uma rede de clínicas de recuperação. No ano seguinte, em 2012, o pastor investiu ainda mais dinheiro nesta rede de clínicas. Em 2013, Marco Feliciano (PSC-SP), também aliado de Malafaia, entra na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados (CDH) e por pedido do mesmo aprova o projeto da “cura” gay, o que gerou grande polêmica sobre o tema. Já em 2014, o Pastor Eurico (PHS-PE), também membro da bancada evangélica do Congresso, reapresenta o projeto da “cura”. Em 2015, com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presidindo a Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP) apresenta mais uma vez o mesmo projeto.
No entanto, apesar das tentativas no Legislativo, a bancada decidiu por apelar para o Judiciário, instituição ainda mais reacionária brasileira. A responsável por entrar com a ação na justiça foi a assessora do deputado Sóstenes, tentam encobrir com a desculpa de que esta é psicóloga.
Neste sentido, a relação do investimento do pastor na rede de clínicas com os projetos apresentados diversas vezes é bastante simples: o dinheiro público. Com a decisão judicial, o Estado poderá estabelecer acordos, convênios e benefícios para clínicas que disponibilizam este tipo de “tratamento”.
É o uso da suposta “cura” homossexual para captar grandes quantidades de dinheiro público às custas do sofrimento alheio.
Fonte: causaoperaria
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