247 – Em artigo publicado nesta sexta-feira, o jornalista Luis Nassif, que já foi do conselho editorial da Folha, aponta a sinuca de bico em que a imprensa brasileira se colocou. Ao apoiar um golpe parlamentar, que produziu uma catástrofe econômica e instalou no poder os políticos mais corruptos do País, os jornais perderam leitores à esquerda e à direita (leia aqui).
Agora, diante da possível cassação de Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral, alguns jornais ensaiam seu desembarque desse projeto fracassado chamado Michel Temer. Em editorial, a Folha de S. Paulo defende eleições diretas, em caso de cassação (leia aqui).
Essa conversão democrática da Folha, no entanto, acontece tarde demais. Em julho do ano passado, quando Michel Temer ainda era interino, e poderia ter sido barrado pelo Senado, o jornal de Otávio Frias Filho distorceu uma pesquisa do próprio Datafolha, que apontava que 63% dos brasileiros queriam eleições diretas, e preferiu noticiar – equivocadamente – que a população desejava a permanência de Temer (relembre aqui).
Quando a fraude foi apontada pelo 247 e, em seguida, pelo The Intercept, o próprio Datafolha reconheceu o erro (leia aqui).
Agora, quando o governo Temer apodrece em praça pública, representa uma tragédia econômica e corre o risco de ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, soa oportunista a adesão da Folha à tese das diretas já.
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