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08/02/2017 12h19
Rio de Janeiro
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Militar do Rio de Janeiro distribuiu um comunicado em que faz um apelo para que a tropa reflita sobre as consequências de uma possível paralisação. O governador Luiz Fernando Pezão convocou uma reunião de emergência com os comandantes das unidades militares para tratar da questão, no Palácio da Guanabara, na manhã de hoje (8).
Em nota, a PM diz que a violência é um grave problema da sociedade. “A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é a instituição que garante a 'civilidade', o ir e vir, o trânsito de pessoas. Só nós conhecemos a realidade nua e crua do dia a dia de policiamento”.
Na nota, a PM diz ainda que são falsas as informações divulgadas por meio de redes sociais e que convocam a categoria para uma paralisação na sexta-feira (10), a partir das 6h.
No documento, a corporação apela para que a tropa reflita sobre medidas que possam causar danos irreparáveis à sociedade e procurem outra forma de reivindicar seus direitos. A PM cita ainda o prejuízo que uma paralisação traria à população.
“No entanto, é preciso pensar que o impacto da nossa ausência poderá recair sobre nossos ombros, sobre nossas famílias. A nossa falta causaria males incalculáveis e irreparáveis. Temos a certeza que passamos por um momento muito delicado, mas é preciso avaliar as consequências dos nossos atos. Protestos são legítimos, mas precisamos buscar a melhor forma de reivindicar nossos direitos. Paralisar um serviço essencial afeta toda a população, incluindo nossas famílias. A quem interessa a barbárie? #ValorizeQuemteProtege #ServireProteger”, diz a nota.
O presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e de Bombeiros do Rio de Janeiro (Aspra), Vanderlei Ribeiro, disse que o governo tem de “conter essa euforia da tropa”, com relação à possível adesão ao movimento iniciado na última semana no Espírito Santo. Desde a última sexta-feira (3), parentes de policiais militares do Espírito Santo, principalmente mulheres, impedem a saída de viaturas e de equipes de plantão dos batalhões nas cidades capixabas. “Ninguém pode afirmar se vai acontecer ou não uma paralisação. [O governo] tem que arranjar uma solução. Tem que ter vontade política para resolver o problema”, disse Ribeiro.
Os policiais militares do Rio estão sem receber o 13º salário e o Regime Adicional de Serviço (RAS) referente aos Jogos Olímpicos de 2016. Eles reivindicam ainda o pagamento de horas extras e adicional noturno.
Vanderlei Ribeiro pede que o governador Luiz Fernando Pezão arranje uma saída de emergência com o governo federal para quitar o 13º salário de 2016 e outros benefícios ainda não pagos.
“A PM é a única categoria que coloca sua vida em risco. Não podemos deixar acontecer para depois pedir a intervenção do Exército”, destacou.
Ribeiro disse que foi chamado pelo comandante-geral da corporação, coronel Wolney Dias Ferreira, para uma reunião logo mais às 16h, no quartel-general da PM.
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