R7 - A polícia de Manaus confirmou que 80 presos morreram durante uma rebelião dentro do complexo penitenciário de Manaus, no Amazonas, neste domingo (1º). Até o momento, foi confirmado que seis deles tiveram suas cabeças cortadas.
O motim começou por volta das 15h, durante o horário de visita, logo após o registro da fuga de outros detentos do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) e durou mais de 17 horas.
Em entrevista à imprensa, o secretário estadual de Segurança Pública, Sérgio Fontes, informou que 12 funcionários foram mantidos reféns e que quatro deles acabaram liberados pelos presos durante negociações.
Os presos amotinados atiraram os cadáveres para fora do complexo penitenciário. As autoridades ainda não confirmaram a identidade dessas vítimas.
As autoridades locais investigam a causa do motim, mas a suspeita é de disputa entre duas facções criminosas rivais.
247, com Agência Brasil - A rebelião foi motivada por uma briga entre facções criminosas que atuam dentro da unidade prisional - a Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades prisionais do Amazonas. Desde o segundo semestre de 2015, líderes da facção criminosa amazonense vêm sendo apontados como os principais suspeitos pela morte de integrantes do PCC, grupo que surgiu em São Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação.
Além das mortes, 12 agentes prisionais foram feitos reféns. Na manhã desta segunda-feira (2), eles foram liberados sem sofrer nenhum ferimento.
Em outra unidade prisional em Manaus, pelo menos 20 detentos fugiram do Ipat (Instituto Penal Antônio Trindade), também na tarde deste domingo. Desse total, 15 fugitivos foram recapturados.
De acordo com secretário, o estado, sozinho, não tem condições de controlar uma situação como essa. Agentes penitenciários da empresa terceirizada Umanizzare e 74 presos foram feitos reféns. Parte desses detentos foram assassinados e ao menos seis apenados foram decapitados. Corpos foram arremessados por sobre os muros do complexo.
As autoridades estaduais ainda não sabem ao certo quantos presos conseguiram fugir do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
Segundo Fontes, as forças de segurança optaram por não entrar no Compaj por considerar que as consequências seriam imprevisíveis. “[A rebelião] Foi gerida com negociação e com respeito aos direitos humanos”, disse Fontes, garantindo que os líderes da rebelião serão identificados e responderão pelas mortes e outros crimes.
Em nota, o Ministério da Justiça informou que o ministro Alexandre de Moraes esteve em contato com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, durante todo o tempo. Ainda segundo o ministério, o governo estadual deve utilizar parte dos R$ 44,7 milhões de repasse que o Fundo Penitenciário do Amazonas recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira (29) para reparar os estragos na unidade.
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