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Sem mandado, polícia invade escola do MST e faz disparos, arbitrariedade total!



Do ocafezinho

Escalada do arbítrio: polícia invade escola do MST sem mandado e faz disparos

(Charge: Latuff)

Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho

Na manhã desta sexta-feira (4), policiais invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, em Guararema (SP). A ação faz parte de uma operação contra o Movimento que se desenvolve em três estados - Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Segundo testemunhas presentes, os policiais não tinham mandado judicial para proceder à invasão, fato que foi confirmado pela advogada do MST, Giane Ambrósio Álvares.

Paulo Almeida, integrante da coordenação da escola, afirmou, em relato ao Brasil de Fato, que os policiais alegaram que tinham um mandado de busca e apreensão de uma pessoa que estaria no local; tal pessoa não é integrante da escola e não estava no local, mas mesmo assim os policiais acabaram forçando a entrada, o que gerou um tumulto. Segundo Paulo Almeida,

Eles acabaram detendo duas pessoas nossas. Uma delas é um trabalhador, um senhor já aposentado, que é trabalhador aqui da escola, trabalha de forma voluntária, sofre inclusive de mal de Parkinson, e ele foi algemado e foi jogado no chão, um senhor que tem problema, de fato, de saúde, e a outra companheira que foi tentar proteger o senhor também foi detida e foram para a delegacia. Nessa ocorrência um dos policiais disparou dois tiros no chão e um estilhaço acertou o peito de uma companheira nossa, que ficou a marca, então por muito pouco não ocorreu uma tragédia, um desastre totalmente desnecessário, pela truculência da polícia.

Este vídeo, na página do MST no Facebook, mostra a invasão e o tumulto, onde ouve-se nitidamente o barulho dos tiros disparados pela polícia.

Joaquim Pinheiro, integrante da Direção Nacional do MST, afirmou, em entrevista à Rádio Brasil Atual, que isso é uma ação completamente ilegal, que denota o que de fato está ocorrendo no nosso país, um estado de exceção.

É um padrão histórico: depois de um golpe de estado sempre vem a repressão aos estudantes, aos trabalhadores e aos movimentos sociais.

Romero Jucá, o novo líder do governo golpista no congresso, disse, antes do impeachment, na sua famosa conversa com Sérgio Machado: “Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.”

Há diversos relatos e vídeos de ações truculentas e ilegais da polícia em escolas ocupadas por estudantes. Um juiz do DF autorizou até tortura em menores de idade como método para desocupar as escolas.

A diferença de 2016 para 1964 é que temos praticamente em tempo real as imagens da escalada do autoritarismo. Não é mais tão simples esconder a repressão. Que a indignação com o arbítrio se alastre, até que esta ditadura mal disfarçada caia.



Organizações da sociedade civil, parlamentares e personalidades estão convocando um ato contra a Criminalização dos Movimentos Populares e em Solidariedade à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF).

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