Receio era que Cunha atrapalhasse o governo interino caso fosse afastado antes de Dilma
De Brasileiros
Apesar da insatisfação popular com o governo interino, o presidente Michel Temer emplacou nova vitória contra a volta da presidenta afastada Dilma Rousseff: ele conseguiu que o Congresso antecipasse em quatro dias a votação do impeachment, agora marcado para o dia 25 deste mês, e empurrar para setembro a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo Renan, a sessão de impeachment começará no dia 25 deste mês e deve durar pelo menos três dias. “Mas eu espero que não entremos no quarto dia”, afirmou na quarta-feira (10) em coletiva de imprensa. Ainda não está decidido se haverá sessão no fim de semana. “O presidente [do Supremo Tribunal Federal], [Ricardo] Lewandowski, pediu que façamos uma reunião para estabelecermos um roteiro para a sessão de julgamento tão logo tenhamos a citação da presidente e o cumprimento dos prazos da defesa e da acusação”, disse o senador, ex-aliado da presidenta.
Em outro flanco, o Planalto venceu mais uma. Mesmo com a pressão de adversários, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou a votação do processo de cassação de Cunha para o dia 12 de setembro, bem depois do processo de impeachment da presidenta.
Os deputados de PSOL, Rede, PT, PCdoB, PDT e PPS queriam que a votação ocorresse na semana que vem, mas os aliados de Cunha defendiam uma data mais alongada, chegando mesmo a apontar como momento mais adequado qualquer data depois das eleições municipais de outubro.
Com a decisão, prevaleceu a defesa da base governista, que desejava uma definição sobre o futuro de Cunha apenas depois da conclusão do processo de impeachment. “Isso leva à conclusão de que o Planalto e uma parte da Câmara têm medo de Cunha. É um misto de covardia e conivência. Parecem temer o que ele pode vir a delatar após a sua cassação”, disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).
A Rede foi, junto com o PSOL, um dos partidos que representaram contra Cunha no Conselho de Ética.
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