247 – Além de destruir o governo provisório de Michel Temer, ao delatar que o interino pediu ajuda para o PMDB que se materializou num caixa dois de R$ 10 milhões em dinheiro vivo (leia aqui), a Odebrecht também abateu o chanceler interino José Serra e pode ter aniquilado seu sonho de chegar à presidência da República.
Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano, relatou que Serra recebeu R$ 23 milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010, segundo reportagem da jornalista Bela Megale que foi a Curitiba recolher as informações.
Parte dos recursos, que, corrigidos pela inflação, hoje equivaleriam a R$ 34,5 milhões, foi paga no exterior, o que, em tese, poderia levar à cassação do registro do PSDB.
Além disso, as doações também podem ser decorrentes de propina e desvios de recursos públicos da Dersa, uma estatal paulista, uma vez que a Odebrecht também apontou corrupção na construção do Rodoanel e supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas.
O chanceler interino nega irregularidades e diz que sua campanha transcorreu dentro da legalidade. No entanto, a Odebrecht pretende apresentar recibos de pagamentos feitos no exterior e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não terá alternativa a não ser denunciar Serra.
Anderson Figo, de EXAME.com
Anderson Figo, de EXAME.com
São Paulo - Executivos da Odebrecht afirmaram a investigadores da Lava Jato que a campanha de José Serra (PSDB-SP) à Presidência da República, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois. A informação foi publicada neste domingo (7) pelo jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o jornal, a afirmação foi feita na semana passada por funcionários da empresa que tentam delação premiada. Os executivos disseram que parte do dinheiro foi paga no Brasil e outra parte foi paga por meio de depósitos bancários realizados em contas no exterior.
Ainda segundo a Folha, as conversas fazem parte de entrevistas em que os possíveis delatores da Lava Jato corroboram as afirmações de advogados nas negociações da delação premiada. Porém, nenhum acordo oficial foi assinado até o momento.
A Odebrecht deverá apresentar extratos bancários de depósitos realizados fora do país com destinatária final a campanha de Serra em 2010 para provar o pagamento de recursos relatado via caixa dois.
Oficialmente, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou R$ 2,4 milhões em 2010 para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra.
Hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra afirmou à Folha, através de nota enviada pela assessoria de imprensa, que sua campanha na disputa pela Presidência do Brasil em 2010 foi conduzida de acordo com a legislação eleitoral em vigor.
"A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido", afirmou Serra em nota enviada ao jornal.
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