Jornal GGN - O juiz federal Sergio Moro decidiu adotar postura completamente contrária a que teve em março deste ano, quando decidiu divulgar para a imprensa o áudio de uma conversa entre a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula, no âmbito da Lava Jato. Segundo informações do Estadão desta quarta (6), Moro tomou a decisão de manter "a sete chaves" o depoimento que o pecuarista José Carlos Bumlai prestou à força-tarefa.
Segundo apurou o jornal, no depoimento secreto, Bumlai respondeu questões sobre a aquisição do terreno e das obras da sede do Instituto Lula. Os investigadores quiseram saber se Bumlai teve participação nesse assunto e qual teria sido o papel da Odebrecht.
Bumlai não é delator da Lava Jato. Ele está preso sob regime domiciliar desde março, válido por três meses, após ter detectado um câncer na bexiga. Segundo o Estadão, ele adotou a postura de colaborar com o que pode, mas sem fechar acordo de cooperação em troca de benefícios.
O pecuarista que estampa capas de jornais como "amigo de Lula" é suspeito de ter repassado dinheiro para o PT, obtido através de um empréstimo junto ao Banco Schahin, em 2004. Ele também teria participação nas reformas que empreiteiras fizeram no caso do sítio de Atibaia, que a Lava Jato acredita pertencer a Lula.
Pelo despacho de Moro, é possível concluir apenas que o depoimento sigiloso de Bumlai não está relacionado ao inquérito já instaurado contra ele na Lava Jato, que diz respeito, sobretudo, ao empréstimo de R$ 12 milhões. Nessa ação penal, ele é réu por corrupção e gestão fraudulenta.
Apenas a defesa de Bumlai pode ter acesso ao conteúdo do depoimento tornado secreto por Moro, além do Ministério Público Federal. O juiz sustentou que o sigilo era necessário para não atrapalhar as investigações.
Fonte: Estadão
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