A
Folha publica hoje matéria sobre a intenção do Itamaraty de abandonar 34
organismos internacionais para “fazer economia”.
A
matéria está correta, embora o título esteja errado: Governo brasileiro avalia se abandona grupos ligados ao Mercosul, mas há vários
outros ligados à própria ONU a redes de proteção ambiental independentes.
São,
no total, 34 organizações: União
Geodésica e Geofísica Internacional,
Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul, Instituto Social do
Mercosul, Fundo Mercosul Cultural, Fundo de Promoção do Turismo do Mercosul,
Fundo de Cooperação das Cooperativas do Mercosul, Instituto de Políticas
Públicas de Direitos Humanos do Mercosul, Acordo de Conservação de Albatrozes e
Petréis, Comissão Intergovernamental dos Países da Bacia do Prata, Sistema
Econômico Latino Americano, Centro Latino Americano de Administração para o
Desenvolvimento, Conferência de Autoridades Audiovisuais e Cinematográficas
Ibero Americanas, Fundo de Cooperação Técnica a AIEA, Centro Sul, Comissão
Internacional da Pimenta do Reino, Grupo Internacional de Estudos do Cobre,
Grupo Internacional de Estudos do Níquel, Grupo Internacional de Estudos do
Chumbo e Zinco, Secretaria Geral Ibero Americana, Organização dos Estados Ibero
Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, Organização Ibero Americana
de Juventude, Comissão Internacional para a Conservação do Atum e Afins do
Atlântico, Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais, Comissão
Sericícola Internacional, Centro Interamericano de Administrações Tributárias,
Organização Internacional da Vinha e do Vinho, Comissão Internacional da
Baleia, Organização Internacional do Cacau, Instituto Ítalo Latino Americano,
Instituto Internacional pela Unificação do Direito Internacional Privado,
Centro Internacional de Estudos para Conservação e Restauração de Bens
Culturais, Rede Internacional de Centros de Astrofísica Relativística,
Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais e… Organização das Nações Unidas
para o Desenvolvimento Industrial.
Conseguiu
ler tudo?
Agora
veja apenas alguns exemplos da “imensa
economia” que faríamos ao nos ausentarmos de alguns destes organismos: O acordo
de proteção aos albatrozes e petréis custou ao Brasil, em 2014, fabulosos R$
11.272. Isso mesmo, R$ 940 mensais. Já a Comissão Sericícola Internacional –
onde se discutem os interesses dos produtores de seda – e os 29 municípios do
Vale da Seda, no Paraná, são conhecidos pelo fio de altíssima qualidade,
custou-nos, em 2012, R$ 53 mil. Já a pimenta não ardeu muito no bolso
brasileiro: foram apenas R$ 10.193,73 de contribuição a associação dos maiores
produtores da especiaria: somos o terceiro, atrás apenas do Vietnã e da Índia.
Sabem
onde a gente deve os R$ 5 bilhões de que fala a matéria? De onde a gente não
pode sair: só com a ONU, R$1 bilhão. Outro bilhão com o Mercosul, em
contribuições atrasadas. No BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), R$ 160 milhões. R$ 70 milhões à Unesco. E,
é claro, sair não paga o que se deve.
José
Serra e o bando de burocratas que o acompanha são como aqueles folclóricos
donos de botequim com o lápis atrás da orelha, sempre prontos a fazer qualquer
“economia de palitos”. Não enxergam a importância de o país estar presente nos
fóruns mundiais onde se discutem questão de meio-ambiente, ciência, produtos
que não são importantes e cultura.
Na
cabeça desta gente, o Brasil é um “paiseco”, que faz “tudo o que o mestre
mandar”. E se ele, por acaso, não mandar, dá-se um pulinho na embaixada para
perguntar o que é para fazer.
Fonte:tijolaco
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