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Foto: Mídia NINJA |
Texto
por Ramênia Vieira para Mídia NINJA
A
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizou nesta
quinta-feira, dia 9, audiência pública para debater o aumento no número de
casos de estupro no Brasil, conforme dados reunidos no Anuário Brasileiro de
Segurança Pública de 2014.
A
realização do evento permitiu que deputados, deputadas e sociedade civil
discutissem sobre a cultura machista que coloca a culpa pelos crimes sobre as
próprias mulheres vítimas da violência sexual. Além de não respeitar os
direitos humanos, esta prática e discurso naturalizam um comportamento sexual
violento por parte dos homens.
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“A
cultura do estupro alimenta a ideia de que os homens não são responsáveis por
suas atitudes abusivas e violentas e de que cabe às mulheres a adoção de um
tipo de comportamento moral que não as coloque em risco”, afirmou a deputada
Erika Kokay. Para a parlamentar, é necessário abordar as questões de gênero de
forma transversal entre as políticas públicas de educação e saúde, de modo que
a cultura do estupro seja enfrentada.
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A
fundadora do grupo Vítimas Unidas, Vana Lopes, destacou a importância de se
dialogar com as crianças desde a primeira infância. “Precisamos falar sobre
estupro com nossos filhos. Eles precisam entender para que não sejam assediados
sem compreender o que está acontecendo”. Já Eleonora Menicucci, que é
ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres e é professora na
Universidade Federal de São Paulo, atenta para a causas da violência: “Estupro
é um mecanismo de opressão e dominação do sistema partriarcal”.
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Um
trabalho desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA)
demonstra quanto a cultura do estupro está presente na sociedade brasileira. Os
dados revelam que a maioria dos brasileiros acredita que “mulheres que usam
roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. As estimativas do IPEA são de
que ocorram mais de 500 mil casos de estupro no Brasil por ano. Desses, apenas
50 mil são denunciados. Além disso, 70% das vítimas são crianças e
adolescentes; 24% dos agressores são os pais ou padrastos e 32% são amigos ou
conhecidos.
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De
iniciativa da deputada Erika Kokay, a audiência foi presidida pelo deputado
Luiz Couto e contou com a presença de Joluzia Batista, do Centro Feminista de
Estudos e Assessoria; Olaya Hanashiro, do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública; Fábio Paes, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente; além de Vana Lopes e Eleonora Menicucci.
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Fonte:
ninja
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