O
ministro do STF Luís Roberto Barroso criticou o modo de escolha de ministros no
Brasil e disse que a negociação política deveria blindar algumas áreas
prioritárias, como a Educação, comandada por Mendonça Filho; "Nada contra
o atual ministro, mas é porque são escolhas políticas e a Educação deveria
ficar fora disso. Na economia, eles trataram com a maior seriedade. Escolheram
os melhores que encontraram. Na Educação, não foi esse o critério", disse
em evento na Universidade de Oxford; segundo ele, a escolha de Mendonça foi
consequência de "uma divisão partidária, não por conhecimento"; há
indícios de que o ministro, do DEM-PE, tenha recebido propina de R$ 100 mil em
2014, segundo o procurador geral da República, Rodrigo Janot
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso criticou, neste
sábado (18), o modo de escolha de ministros no Brasil e disse que a negociação
política deveria blindar algumas áreas prioritárias, como a Educação.
"Nada
contra o atual ministro, mas é porque são escolhas políticas e a Educação
deveria ficar fora disso. Na economia, eles trataram com a maior seriedade.
Escolheram os melhores que encontraram. Na Educação, não foi esse o
critério", disse em evento na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Segundo ele, a escolha de Mendonça foi consequência de "uma divisão
partidária, não por conhecimento".
Ao
ser questionado por um participante sobre qual deveria ser a prioridade número
um do Brasil, Barroso disse durante o evento "Brazil Forum" que a
Educação seria a escolha e que, por isso, deveria ser tratada de modo
diferente.
"Todos
têm a percepção de que a Educação é o carrochefe. E eu acho que a sociedade
vai cobrar colocar alguém mais comprometido, mais experiente", disse, sem
citar o nome do atual ministro, Mendonça Filho, nem do presidente da República
em exercício, Michel Temer. Mendonça Filho é formado em administração de
empresas e ocupava o cargo de deputado federal antes de ser indicado ao
ministério por seu partido, o Democratas", afirmou.
Indício
de propina para Mendonça
Em
documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, aponta suspeitas de pagamento de propina de R$ 100
mil, em 2014, para a campanha à reeleição do ministro interino da Educação,
Mendonça Filho (DEM-PE), para a Câmara. Os dados constam de inquérito aberto
contra o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva (PT), que
teve o processo remetido para a Justiça Federal do Paraná depois que deixou o
governo federal e perdeu o foro privilegiado.
Foi
identificada uma mensagem no celular do ex-diretor financeiro da construtora
UTC Walmir Pinheiro Santana, um dos delatores da Lava Jato, que fazia menção a
Mendonça Filho.
"Além
da pessoa do ministro Edson Antonio Edinho da Silva, foram encontrados indícios
de possível recebimento de propina por parte do deputado federal José Mendonça
Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivada em um dos celulares
apreendidos em poder de Walmiro Pinheiro, compatível com folha impressa
identificando o partido Democratas e informando dados bancários de uma conta
para doações de campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$
100.000,00 (cem mil reais) e do nome do dep. Mendonça Filho, além de registro
impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo", escreveu Janot no
pedido de investigação encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator dos
processos da Lava Jato na Suprema Corte.
O
ministro negou ter recebido propina. “A campanha de 2014 do então deputado
federal Mendonça Filho não recebeu doação da UTC. O deputado foi, à época,
procurado por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100
mil. Neste contato, Mendonça Filho disse que não queria essa doação, mas se a
empresa quisesse doar para o partido o fizesse. A doação foi feita ao partido
de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido de 2014,
junto a Justiça Eleitoral”, disse Mendonça pelo Facebook.
O
democrata citou doações da Queiroz Galvão e da Odebrecht, também envolvidas na
Lava Jato, e afirmou que todas foram feitas legalmente e registradas na Justiça
Eleitoral.
Fonte:
brasil247
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