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Acuado, Cunha aposta em recursos e manobras para barrar cassação

O PRESIDENTE AFASTADO DA CÂMARA, EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), COMPARECE AO CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM BRASÍLIA (DF)


Com a  derrota no Conselho de Ética, que aprovou relatório favorável à sua cassação, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aposta em novos recursos e mais manobras para anular os trabalhos do colegiado e abrir caminho para a aplicação de uma pena mais branda. Tudo para segurar o mandato, o que evita que o peemedebista, réu na Operação Lava Jato, perca o foro privilegiado e caia nas mãos do juiz federal Sergio Moro.

Logo após a aprovação do parecer pela cassação, por 11 votos a 9, Cunha anunciou que ingressará com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que vai avaliar, não o mérito do caso, mas seus aspectos processuais. Por meio de nota, o peemedebista voltou a atacar o Conselho de Ética. "O processo foi todo conduzido com parcialidade, com nulidades gritantes, incluindo o próprio relator, que não poderia ter proferido parecer após ter se filiado a partido integrante de bloco do meu partido", disse o peemedebista. "Essas nulidades serão todas objeto de recurso com efeito suspensivo à CCJ, onde, tenho absoluta confiança, esse parecer não será levado adiante." No documento, o peemedebista disse confiar na oportunidade de se defender em plenário e reverter a decisão. "Sou inocente", afirmou. Ao site de VEJA, Cunha também não descartou ingressar com recursos no Supremo Tribunal Federal. "Vamos à CCJ. Depois eu decido", disse. "Busco absolvição."

Manobras - Sem alarde, a CCJ já começa a ser palco de manobras. Na semana passada, dois deputados que tenderiam a dar voto contrário aos interesses de Cunha foram substituídos por aliados dele. Nesta terça-feira, enquanto o Conselho de Ética votava a cassação, a comissão voltou a sofrer interferências. Saíram os deputados Bacelar (PTN-BA) e Major Olímpio (SD-SP) e entraram Carlos Gaguim (PTN-TO) e Lucas Vergílio (SD-GO).

"Tenho mais de vinte anos na política. Em todos esses anos, jamais presenciei manobras tão vergonhosas", disse o deputado Bacelar. O deputado falou em "manobras espúrias" e disse que a líder de seu partido, Renata Abreu (SP), foi chamada neste fim de semana para uma conversa com Cunha no Rio de Janeiro. "O PTN optou pela minha substituição. Quero registrar que essa substituição não ocorreu por minha vontade", continuou.


Fonte:msn

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