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A defesa de Dilma não interessa. Ela já foi condenada – Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado |
Muito
pouco interessados em ouvir a defesa da presidenta Dilma, os senadores exibem
um atestado de que a condenação veio antes do julgamento.
Ontem,
para uma Comissão de Impeachment esvaziada, os técnicos Zarak de Oliveira
Ferreira e Antônio José Chartack Carmelo garantiram que a edição dos créditos
suplementares (pedaladas) não alterou a meta fiscal. Confirmaram mais uma vez
que pedaladas não representam crime de responsabilidade.
Mas
como disse anteriormente, ontem, a Comissão de Impeachment estava esvaziada.
Não raramente, as amigas e amigos navegantes ouvirão o presidente desta
comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), dizer que todo o direito de defesa foi dado
e que os senadores se prestaram a ouvir a defesa.
A
defesa de Dilma não interessa porque ela já foi condenada antecipadamente. Não
importa que os técnicos a inocentem, que o Banco do Brasil assegure que não houveram sequer pedaladas. O julgamento antecipado já a vitimou, embora, como
guerreira que é, Dilma continue lutando. No Senado Federal se trava um acordo
pela condenação da presidenta eleita, afastando-a do cargo permanentemente.
Seria
triste pensar que o brasileiro ignora os acontecimentos. Mas não é bem assim.
Longe da narrativa midiática que favorece este julgamento preestabelecido, o
brasileiro simples sabe o que ocorre no Senado. Ele sabe que os usurpadores do
poder tinham planos concretos de acabar com a Lava jato; sabem do desmonte em
curso; já não ignoram as causas do golpe.
Caminhamos
para a instabilidade incessante. Governo algum terá a segurança jurídica necessária que lhe valha como escudo para a conclusão de mandato; se 54 milhões
de votos foram atirados no lixo hoje, quem garante que isso não voltará a
acontecer no futuro? Quem nos garante que, por interesses políticos escusos,
parlamentares não fundamentarão um pedido de impeachment fajuto como este? Com
indisposição para ouvir e tudo o mais!
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Fotos: Lula Marques/Agência PT |
O
fotógrafo Lula Marques, da Agência PT de Notícias, captou uma sequência de imagens do relator da Comissão, o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), que retrata bem
a disposição daqueles senhores em assistir à defesa da presidenta afastada.
Tudo está naturalmente engendrado desde a constituição da comissão do
impeachment na Câmara, com a dupla cunhista Jovair Arantes e Rogério Rosso; a
propósito, aqueles dois diziam a mesma coisa que Anastasia e Lira: “Estamos
assegurando o amplo direito à defesa”.
No
dia da votação do impeachment na Câmara, naquele episódio dantesco da história
brasileira, Jovair e Rosso sentaram-se à mesa ao lado de Cunha e festejaram a
aprovação da admissibilidade do impeachment. Tudo muito neutro e isento, sem
interesses pessoais e partidários. No que depender desta turma, Dilma não
voltará. A democracia também não.
Fonte:
nossapolitica
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