Do conexaojornalismo
Sucesso
da TV Brasil pode determinar seu fechamento
Por
Fábio Lau
Ao
apostar em um jornalismo plural, democrático, onde todas as correntes de
opinião são contempladas, a TV Brasil ampliou seu público e passou a ser vista
como a mais importante TV do país no campo da análise política. Mesmo sendo uma
TV estatal, onde os recursos disponíveis para produção são infinitamente
menores do que as demais, comerciais e com proprietários - embora
concessionárias - a TV Brasil cresceu e apareceu. Seu auge ocorre exatamente
quando o país vive um momento de instabilidade política com um golpe
parlamentar em curso. E é nesta época que o público mais crítico prefere ter
acesso a informação diferenciada e de qualidade. Daí ao sucesso de blogs e
sites independentes.
Segundo
medições recentes, a TV Brasil não chega a dar um ponto em audiênica durante
sua programação - que não passa em TV aberta. Entretanto, especialmente nos
jornalísticos - carência maior de qualidade na televisão - a emissora tem se
destacado e ampliado o universo de espectadores.
Portanto,
não chega a surpreender que o presidente Michel Temer tenta interceder, e de
maneira arbitrária, no conteúdo jornalístico da emissora. Ricardo Mello, o
atual presidente que teria quatro anos de mandato, foi afastado e para o seu
lugar será indicado um jornalista cuja ideologia se aproxima do universo
liberal dos atuais mandatários que ocupam interinamente o poder.
Em
nota, a executiva da Empresa Brasileira de Comunicação, que incorpora a TV
Brasil, se manifestou:
"1.
O atual diretor-presidente, jornalista Ricardo Melo, foi nomeado pela
presidente Dilma Rousseff por meio de decreto publicado no dia 3 de maio de
2016, com base na Lei 11.652/2008, que autorizou a criação da EBC.
2.
Em seu artigo 19 a lei prevê que o diretor-presidente e o diretor-geral sejam
nomeados pelo presidente da República. O parágrafo segundo do mesmo artigo diz
que "o mandato do Diretor-Presidente será de quatro anos".
3.
Ao longo do intenso debate público que levou à criação da EBC, firmou-se a concepção
de que o diretor-presidente deveria ter mandato fixo, não coincidente com os
mandatos de Presidentes da República, para assegurar a independência dos canais
públicos, tal como ocorre nos sistemas de radiodifusão pública de outros países
democráticos.
4.
A EBC tem como missão fundamental instituir e gerir os canais públicos, sob a
supervisão do Conselho Curador, composto majoritariamente de representantes da
sociedade civil. A lei prevê que caberá também à empresa prestar serviços de
comunicação ao governo federal, tais como a gestão do canal governamental NBR e
transmissões de atos da administração federal, serviços estes prestados através
de unidade específica, a diretoria de Serviços.
Em
razão desses fatos, a exoneração do diretor-presidente da EBC antes do término
do atual mandato viola um ato jurídico perfeito, princípio fundamental do
Estado de Direito, bem como um dos princípios específicos da Radiodifusão
Pública, relacionado com sua autonomia em relação ao Governo Federal."
No
início deste mês foi divulgada a audiência da TV Brasil. Note que, embora
baixos se comparados às emissoras comerciais, o grau de qualidade do público
incomoda sobremaneira o governo Temer:
Tela
Rural: 0.15
Cozinha
Amazônia: 0.16
Visual:
0.10
Hora
da Criança: 0.19
Repórter
Brasil: 0.15
Repórter
São Paulo: 0.10
Hora
da Criança: 0.17
Mentes
Brilhantes: 0.16
Sem
Censura: 0.21
Retratos
de Fé: 0.20
Diverso:
0.16
Fique
Ligado: 0.17
Estúdio
Móvel: 0.15
Repórter
Brasil Noite: 0.22
Samba
na Gamboa: 0.17
Brasilianas.org:
0.14
Estação
Plural: 0.12
Cine
Nacional - Centro de Gravidade: 0.11
Brasilianas.org:
0.13
Conhecendo
Museus: 0.13
Cada
ponto equivale a 69.4 mil domicílios.
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