EDISON
BRITO
Aqui
em São Paulo, estamos diante de mais um fato lastimável de corrupção. Aqui em
São Paulo, mais uma vez as cifras são estratosféricas. Aqui em São Paulo, de
forma nada surpreendente, a mídia trata eventos iguais com linhas editoriais
diferentes.
Na
prefeitura da capital paulistana foi desbaratada uma quadrilha de fiscais que
vendiam “habite-se”, por um preço bem mais em conta, para grandes
construtoras. Com esse mecanismo a
quadrilha desviou, até agora calculada, R$ 500 milhões de reais. Os membros desfrutavam de uma vida nababesca.
Vangloriavam-se do que possuíam e do modo como conseguiram. Tal é a sensação de
impunidade no país.
Pois
bem, a imprensa, desde a descoberta do esquema, trouxe todos os detalhes do
“modus operandi” dos marginais. Entrevistam especialistas, promotores, amantes,
casos. Mostram fotos de mansões, carrões, lanchas e etc. Não deixam escapar
nada. Inclusive insinuam o envolvimento de políticos, ligados ao PT, na
“arrecadação”. Muito bom.
No
início as reportagens informaram que os quadrilheiros atuam há pelo menos 10
anos. Citaram o nome de José Serra, Gilberto Kassab. E noticiaram que o atual
prefeito, Fernando Haddad, pagou do próprio bolso o aluguel de um escritório,
próximo ao local onde os fiscais se reuniam, pra que os investigadores pudessem
trabalhar sem serem percebidos.
Porém
os meios de comunicação, isto é uma estratégia já usada em outros casos, foram
deixando de lado estas informações. Apagando de suas pautas. Apostando no
esquecimento. E atualmente noticiam de tal maneira que quem assiste aos
noticiários tem a nítida impressão de que a corrupção começou com Haddad e que
só membros do PT estão participando dela.
Enquanto
isso no pais das maravilhas (o Estado de São Paulo)… O caso do “propinoduto” do
Metrô e da CPTM, empresas estatais, é posto no esquecimento ou quando noticiado, o tratamento é outro.
Não
entrevistam ninguém de relevância, dizem no máximo que os envolvidos são
antigos diretores das empresas. Que a Siemens fez isso. A ALSTOM aquilo. Que
eles estão atuando desde o tempo do finado Mário Covas e etc.. Quando abrem
espaço para o governador é apenas para ele se defender.
Não
citam mais o promotor público de Grandis que “engavetou”, na gaveta errada
segundo o próprio, o pedido de investigação feito pela Suíça. Não envolvem e
não entrevistam político algum, nem os da oposição. Ou seja, a mídia forma uma
“balaio-de-gatos” tão grande que ninguém sabe mais quem-é-quem. Excetuo neste ponto a revista IstoÉ. E olha!
Os desvios podem chegar a mais de R$ 600 milhões.
Somando-se
os dois roubos, municipal e o estadual, chegamos à casa do bilhão. Com este
dinheiro desviado daria para se construir 500 escolas, dez mil casas, 50
hospitais. Comprar 100 Ferraris, 200 lanchas. Um milhão de times de futebol de
botão. Quinhentos mil “play-station”. Oitocentos mil cães da raça beagle.
Plantar dez milhões de árvores. E tantas outras comparações bobas que a mídia
faz quando querem nos imbecilizar mais ainda.
Diante
dessa quantidade de dinheiro desviado, aqui em São Paulo, o processo do
“mensalão” parece coisa de amador. De gente sem ambição. De imberbes mesmo.
Bem,
a corrupção é coisa de polícia, da promotoria e da justiça. Eles são os
responsáveis por investigar, julgar e prender.
A
nós, cidadãos comuns, só nos resta refletir… e tirar lições. Uma política e
outra das empresas de telecomunicações.
Os
homens públicos podemos expurgá-los, através do voto. Ou da cadeia. E quanto à mídia? O que fazer com ela? A
imprensa descaradamente e inescrupulosamente manipula e engana seus clientes,
isso vai continuara assim?
Não
pode. O caminho a Argentina nos apontou: a lei da mídia. Quebrar o monopólio
Global. O padrão Globo de qualidade. Ela é herdeira do pensamento
ditatorial-militar de comunicacões. Da mesma forma que a polícia.
Então,
São Paulo pode perfeitamente levar o título de o ESTADO mais corrupto da
federação, como podemos perceber.
Por
essas bandas se escondem os neo-coroneis, feitores e barões. O atraso do Brasil
democrático tem CEP no estado.
Apenas
a democracia, através dos governantes e de leis, pode solucionar estes
problemas de corrupção, em todas as camadas da sociedade. Concordam?
Fonte:
jornalggn
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