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Dilma Coração Valente - força e resistência da mulher Por Teresa Leitão Professora e Deputada Estadual PT/PE



O processo de impedimento da presidenta Dilma, em curso no Brasil, além de todas as controvérsias jurídicas contidas na frágil e politizada denúncia, traz à tona um dado relevante a ser considerado: o machismo existente na política. Não quero cometer o exagero de dizer que Dilma sofre as infundadas acusações por ser mulher, mas concluir, “pelo conjunto da obra”, que o fato de ser mulher agrava e, em algumas ocasiões, rebaixa o debate às trevas da misoginia, do machismo e do preconceito.

Para nós, mulheres, ocupar o mais público dos espaços sociais, o espaço da política, é fruto de longa, dura e inconclusa jornada. Este não foi um espaço a nós destinado historicamente. As conquistas obtidas, ainda muito distantes da igualdade, são fruto da luta de muitas, para atingir a todas as mulheres.

A eleição de Dilma, por sua história de luta e resistência, é símbolo marcante neste espaço de homens e nesta sociedade patriarcal, com heranças ainda tão vivas do preconceito contra a mulher. Exemplos implícitos e explícitos da reação a isto, vão desde a crítica à preferência pela flexão do tratamento ao cargo -presidentA- até considera-la “o poste” de Lula, eleita e reeleita pelos nordestinos, agregando-se o secular preconceito regional contra o Nordeste, à uma concepção carreirista e meritocrática que é exigida às mulheres na política.
Dilma, dizem por aí, precisava primeiro ser testada como prefeita ou governadora se queria ser presidenta. Porque para nós não é bastante ser competente, temos que comprovar diuturnamente nossa competência. Se formos belas, recatadas e do lar melhor ainda. Rebelar-se contra esses conceitos é crime inafiançável.
Dilma, e com ela as mulheres, foi alvo de muito machismo neste processo. Em geral o machismo esconde a fraqueza e revela uma necessidade de rebaixar a mulher pela agressão, violência, desconstrução, desqualificação.

Quando a presidenta é chamada “daquela mulher”, “difícil no trato”, “histérica” atribui-se a ela valores depreciativos que nos homens ganhariam outra conotação. É o machismo que revela e apequena os argumentos, extensivos, via de regra, às deputadas federais e senadoras.

Charges, faixas, postagens, piadas, discursos, artigos de opinião de cunho sexista revelam a face obscura do impeachment: a face do fundamentalismo, do familismo na política e do machismo. Verdadeiro golpe em avanços conquistados pelas mulheres!

A negligência com a Constituição Federal, na análise do crime de responsabilidade fiscal, também se faz no enfrentamento a toda forma de preconceito.

Reagir com a força e a resistência que Dilma está demonstrando é próprio da mulher que luta. Somemo-nos a ela, por ela, por nós, pela democracia.
Por tudo isto o GOLPE é masculino. A LUTA e a RESISTÊNCIA vencerão.

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