247 - Após a divulgação das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), se tornou uma unanimidade, pois tanto aliados como adversários políticos avaliam que ele não deve ser tirado do cargo.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), uma eventual saída de Renan seria prejudicial, porque tanto o Executivo e Câmara já estão com seus presidentes afastados, Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, e o país funciona com certa precariedade institucional. Segundo ele, não há, nas gravações divulgadas até o momento, nada que possa ser considerado obstrução da Justiça.
"São opiniões políticas que estão colocadas e que poderiam gerar insatisfação em 'a' ou 'b'. Renan tem um papel importante, é um fator de estabilização neste momento em que tem a Comissão do Impeachment funcionando", disse ele.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), oposicionista, avaliou que as conversas mantidas entre Renan e Machado podem não ser éticas, nem adequadas, mas, de acordo com o parlamentar, não há motivo concreto que o inviabilize no comando do Senado. As entrevistas foram publicadas na Agência O Globo.
"Ainda não há elementos para situação dele seja de ter que sair da presidência da Casa. Não vejo nas gravações qualquer menção de que agiu claramente para obstruir a Justiça, diferentemente dos casos do senador Romero Jucá e do expresidente José Sarney", afirmou.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), aliado e amigo de Renan, afirmou que, além não existirem motivos para o afastamento de Renan, o peemedebista defende nas conversas com Machado dois pontos que pregou publicamente.
"Renan era contra a recondução do Janot, fez campanha contra ele e contra a indicação de Edson Fachin para ministro do Supremo. Quando Fachin me procurou para pedir voto, perguntou se a posição do Renan o catapultava para fora da vaga", complementou.
O parlamentar lembrou que o presidente do Senado defende há tempos regulamentação da delação premiada, de forma que o delator não seja dono de uma verdade absoluta. "Nessa posição, Renan não está sozinho. Muitos como eu defendem um debate sobre a validade de delações, porque delatores podem criar uma fantasia e ninguém pode contraditálos. Vira uma verdade", acrescentou.
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