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MENDONÇA DE BARROS: "TEMER TEM MANDATO CAPENGA DO PONTO DE VISTA DO ELEITORADO"



247 - O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardozo, disse que o governo interino do presidente Michel Temer precisa ter cautela na condução do país. "Temer não foi eleito. Ele está eleito em função de uma crise. Tem um mandato capenga do ponto de vista do eleitorado";  Para levar adiante as mudanças necessárias, o governo não pode errar a mão, aplicar medidas duras demais, correndo o risco de perder apoio do Congresso e da sociedade", observou.
Em uma longa entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele disse, ainda que o governo Temer inflou o déficit previsto para este ano, fixado em R$ 170,4 bilhões pelo governo interino. "Essa projeção, certamente, é muito maior do que o real. Não há dúvida de que a ideia é ter um número confortável, uma margem, para chegar ao final do ano", disse. Segundo Mendonça, algumas das propostas feitas pela ala mais radical do grupo do Meirelles (Henrique Meirelles, ministro da Fazenda) têm assustado até mesmo membros da própria econômica.
"Por exemplo: a proposta era que o limite de gasto incorporasse apenas o PIB (Produto Interno Bruto), sem a correção da inflação. Tinha também a proposta de congelar o salário do funcionalismo público. Me animou muito saber que a primeira fornada de medidas foi desbastada. Dizer que a despesa ou que o salário do servidor não vão crescer nada, zero, é maluquice. Na situação em que vivemos, vira irresponsabilidade. O custo de isso provocar uma paralisia é altíssimo", afirmou.
Segundo ele, o governo Temer caminha "na direção oposta à do governo de Dilma, do PT". "Um mandato para liberalizar a economia brasileira. Para reduzir a influência do governo. Para centrar a atividade econômica no setor privado, e não no setor público", ressaltou. "Há algo que precisa ser bem entendido: o governo precisa implementar as mudanças progressivamente. Vou dar um exemplo. Há uma tendência histórica de resolver o problema do gasto elevando a cobrança de impostos. Foi sábio terem invertido as coisas e colocar o gasto como a peça central do pacote", ponderou.
Para o ex-ministro, os riscos são grandes. 'É claro que haverá perdas. A conta é para todo mundo. Isso precisa ser dito. Mas no que eu estou insistindo? Não podem exagerar no custo que vão impor à sociedade. É uma questão de avaliação de risco. Para mim, o risco é perder essa oportunidade por exagerar na dureza das medidas, não conseguir convencer a sociedade e não aprovar no Congresso medidas importantes. Precisa deixar claro que as medidas podem ser finitas no tempo. Porque Temer não foi eleito. Ele está eleito em função de uma crise. Tem mandato para propor algumas mudanças importantes. Dar uma arrumada para quem for eleito lá na frente. Essa é a questão central", avaliou.
Leia aqui a íntegra da entrevista.

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