Por *Juliana Portella, para oFavela 247
Desconstruir a cultura do estupro é urgente
Difícil digerir a notícia do estupro coletivo da moça em Santa Cruz. Quem é mulher sabe, somos colocadas em situações vulneráveis o tempo todo. Se você é mulher e está lendo esse texto, já foi beijada à força e sabe bem do que estou falando. Eu mesma já perdi as contas de quantas vezes isso já aconteceu comigo.
A violência que ocorreu com aquela moça não foi obra de loucos, doentes ou psicopatas. Foram trinta e três homens achando que têm o direito de abusar e violentar o corpo de uma mulher. Um absurdo!
A gente tem medo. Não por achar que todos os homens são estupradores, mas por saber que de trinta e três, às vezes, não sobra um.
Escrevo sangrando pois sei que esse crime não ė um caso isolado. O Brasil vive dia a dia a tradição da violência contra a mulher. Quem estupra, quem espanca, quem oprime, quem mata, são homens. Monstros não estão embaixo da cama. Estão por perto. Estão compartilhando o vídeo desse estupro agora.
Vocês, homens, todos, precisam deixar de naturalizar o assédio. Precisam conversar com seus irmãos, amigos, filhos. A desconstrução do machismo é urgente. É preciso quebrar essa satisfação masculina em tomar nosso corpo como um objeto, uma propriedade.
Vamos à luta. Não podemos abrir espaço para a naturalização das barbáries.
#MachismoMata
*Juliana Portella, 25, de Nova Iguaçu, é jornalista, redatora, social media e professora de jovens em um cursinho pré-vestibular comunitário. Foi premiada com seu primeiro documentário, “As Galeras”, no 4º Festival de Cinema de Nova Iguaçu.
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