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SEMANA CRUCIAL: VENTO A FAVOR DO GOVERNO


A semana será decisiva para a guerra do impeachment e ela começa com o vento soprando a favor do governo e a oposição e a parcela do PMDB que aderiu ao movimento golpista admitindo que perderam terreno. O governo avançou tanto nas ruas, com o crescimento do movimento “não vai ter golpe”, como no Congresso, onde evolui positivamente a formação do chamado “Centrão”, frente composta PP, PR, PSD e talvez PRB, não apenas para barrar o impeachment, pela soma de seus votos com os da esquerda (PT, PC d B e PDT), mas também para dar sustentação ao governo Dilma depois de eventualmente garantida a sua sobrevivência. Sobre o futuro desta coalizão, disse o ministro Ricardo Berzoini em sua entrevista ao Estadão: “Não adianta vencer o impeachment sem garantir governabilidade. Estamos construindo uma base para governar e estabilizar o País.”

PP, o fiel da balança 

O PP hoje é o terceiro maior partido da Câmara, com 49 deputados, atrás somente do PT e do PMDB. Embora sozinho não possa garantir nem a barragem do impeachment nem a governabilidade, está sendo o agregador dos outros partidos.

- Nós já decidimos marchar juntos. O PP, o PR e o PSD, e talvez o PRB. Até quinta-feira vamos anunciar esta posição conjunta – diz o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, que hoje já conversou com o PR e voltará a conversar com o ministro Kassab, do PSD.

O bloco, incluindo o PRB, teria 144 deputados. Os 49 do PP (mais um licenciado e um que é suplente seriam 51), o PR tem 40, o PSD, 33, e o PRB, 22. Garantindo os votos contra o impeachment, o bloco ampliaria sua participação no ministério e passaria a formar com os partidos de esquerda a nova base de sustentação do governo. Segundo Nogueira, um grupo de aproximadamente 15 deputados é radicalmente oposicionista mas se o partido fechar com o governo, os votos contra o impeachment poderão chegar a 25, no mínimo.

Um reforço grande à formação do Centrão foi dado pelo governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, ex-presidente do PP e muito influente junto às bases do partido, que trabalhou discretamente pela evolução da posição dos pepistas. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico” ele afirmou que “o PSDB é a UDN de hoje. Faz uma oposição de qualquer jeito, com base ou sem base”. Dornelles avaliou que dificilmente o impeachment passará, comparando-o à batalha de Sarney pelos cinco anos de mandato durante a Constituinte.

A consolidação do “centrão” depende, é claro, das negociações com o governo para definir os novos espaços dos partidos no ministério. Os três devem ganhar mais uma pasta e o PRB pode manter Esportes, que havia devolvido.

Perdas do PMDB

O governo pode não dar ao PP a cobiçada pasta da Saúde para não contraria o líder do PMDB, Leonardo Picciani. Ele mandou dizer que a saída de Marcelo de Castro do ministério dificultaria seu trabalho para conseguir de 20 a 25 votos do PMDB a favor do governo na votação do impeachment; Apesar do desembarque de seu pai, deputado estadual Jorge Picciani, o líder se mantém ao lado do Planalto. Castro deve ser mantido, assim como Helder Barbalho, da Secretaria de Portos. Os outros são incógnita mas é pacífico que a representação da fração dissidente terá que ser menor. Antes o PMDB tinha sete ministérios e entregava ao governo no máximo 35 votos. Era muito caro. Cinco votos por cada pasta, brinca um auxiliar do ministro Berzoini.

Sobre os desdobramentos para o PMDB, o ex-senador Francisco Escórcio, assessor da Secretaria de Governo, cutuca seus colegas de partido. Diz ele ao 247:

- Os fatos estão dando razão ao Renan (Calheiros). O desembarque do PMDB, daquela forma até irregular, foi precipitado e burro. Como em política não há vazio, outros vão ocupar os espaços do PMDB e ajudar o governo a vencer a batalha. Mas uma parte da bancada peemedebista ficará com o governo, numa outra confirmação de que aquela decisão por aclamação foi autoritária, impedindo a livre manifestação do partido. 

Afora a perda do poder real que tinha, o PMDB contabiliza ainda, como saldo da decisão da semana passada, o desgaste com a imagem de golpista e o enfraquecimento da figura de Michel Temer como alternativa de governo, a exemplo do que fez ontem a Folha de São Paulo no editorial "Nem Dilma, nem Temer", mote da campanha por eleições diretas da Rede de Marina Silva. Não fioi, de fato, uma jogada brilhante. Teve mais fígado e oportunismo do que sabedoria política.

Aritméticas

O cabo de guerra agora virou também um jogo aritmético. A formação do “centrão” não trará todos os 144 votos dos partidos que vão integrá-lo. Na suposição de que 50% votem com o governo, serão 72, que somados aos 90 votos da esquerda totalizam 162 votos. Para ultrapassar os 171 necessários à barragem do impeachment, o governo conta com os deputados do baixo claro, de pequenos partidos, que estão sendo trabalhados pelos governistas, e especialmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São deputados de partidos como PTN, PROS, PT do B, PSL e outros.

Fonte: 247

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