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Da esquerda à direita, os procuradores Orlando Martello, Deltan Dallagnol e Eduardo Pelella |
A
força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato informou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) que foi induzida a um erro que levou ao monitoramento de
conversas do escritório de advocacia responsável pela defesa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. O escritório é chefiado por Roberto Teixeira, que
também é investigado na Lava Jato junto com o ex-presidente e seus familiares.
A
quebra do sigilo foi solicitada ao juiz federal Sérgio Moro com base em um
número fixo de telefone fornecido pela empresa de palestras de Lula à Receita
Federal, disponível para consulta no site do órgão.
“Encontra-se
plenamente justificada a inclusão do referido terminal como vinculado à empresa
LILS Palestras, eis que se tratava do telefone declarado pela própria empresa
de forma oficial à Receita Federal. Assim são infundadas e maliciosas as
alegações inicialmente veiculadas pela imprensa de que o MPF e a Polícia
Federal monitoraram, de forma dissimulada, o telefone do escritório de
advocacia de Roberto Teixeira, pessoa esta, diga-se de passagem, que é objeto de
investigação avocada pelo STF”, diz a força-tarefa.
De
acordo com os procuradores, houve “ausência de boa-fé” dos investigados ao
indicarem número que não pertencia a LILS Palestras. A força-tarefa também
esclareceu que não constam nas investigações as gravações oriundas do número
que foi monitorado, porque “eventuais conversas captadas a partir daquele alvo
não foram consideradas relevantes para a investigação.”
Ontem
(6), o juiz Sérgio Moro também prestou informações ao STF. Ao ministro Teori
Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, Moro disse que não determinou o
monitoramento dos telefones do escritório. “Faço esses esclarecimentos
adicionais diante da informação superveniente do MPF e considerando
extravagantes alegações fora dos autos de que teria havido autorização da parte
deste Juízo para interceptação de dezenas de advogados através do referido
terminal, o que não corresponde ao efetivamente ocorrido, sequer havendo
notícia de qualquer diálogo interceptado de fato no referido terminal.”
Defesa
A
defesa do ex-presidente Lula declarou, por meio de nota, que o procedimento de
monitoramento do escritório foi ilegal e pediu a punição do juiz Sérgio Moro.
“A
interceptação telefônica de advogados constituídos por pessoa que sofre
persecução penal por parte do Estado, é um dos mais graves atentados ao Estado
Democrático de Direito. A sua ocorrência torna o procedimento ilegítimo e o
macula de forma definitiva. Há, nessa situação, clara violação à garantia
constitucional da ampla defesa e, ainda, da inviolabilidade das comunicações
telefônicas entre cliente e advogado, assegurada por lei”, afirmam os
advogados.
Edição:
Nádia Franco
André
Richter – Repórter da Agência Brasil
Fonte:
Agência Brasil
Fonte:
brasilpagina1
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