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PROBLEMA DE TEMER É TER SIDO O AGENTE DO GOLPE, DIZ CIENTISTA POLÍTICO


O cientista político Carlos Melo minimiza as possibilidades de êxito de Michel Temer (PMDB) como presidente do país.
"O poder carece de algo mais que áulicos e expectativas; requer certa aura. O vice veio à cena sem um drama que o abraçasse e conduzisse: não foi a morte do titular – Sarney (1985) –, nem as mãos do destino, que faz coincidir a biografia com a história – Itamar e o “impeachment de união nacional” (1992). Eis seu problema: Temer, antes de paciente dos fatos, foi ator; agente, mais que contingente. Em certa medida, isto solapa o chão sob seus pés. A lógica é simples: bem ou mal, Dilma tem o apoio de 20% dos brasileiros e possíveis 80% contra si. É pouco, mas com quanto de apoio popular Michel Temer poderá contar? De saída, com 20% negativos, sem que possa se fiar nos 80% restantes porque lhe falta a robustez da representação, a solidariedade da tragédia ou a aura da fortuna", afirma.
Segundo ele, trocar o PT pelo PMDB no comando do país "não traz ganho moral, nem implica mudança de métodos; não traz a renovação pedida pelas ruas".
"De modo que Michel Temer é ainda e tão somente aposta de que a substituição de Dilma possa significar a emergência de mais eficazes operadores do sistema – o mesmo sistema -, capazes de aprovar uma agenda e reverter expectativas. Mas, para isto, a astúcia pode não bastar sem o suporte político da ideia da mudança e renovação", diz. 
Ele salienta que a conspiração de Temer contra Dilma piora a situação do vice. "Ao agir nos bastidores e explicitamente fora deles, o vice permitiu que a brisa da suspeita o abraçasse. Seria como se Sarney anunciasse ir à missa rezar pela morte de Tancredo. O real ou suposto bafo da conspiração retirou do virtual presidente a aura tanto da isenção quanto da predestinação, deixando-o vulnerável à mais críticas do que seria comum a “o eleito pela sorte”, o presidente incidental", explica.
 Fonte: 247

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