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Empresário entrega tabela com depósitos de US$ 4,6 milhões em propina a Cunha





Mas nada disso é suficiente. Imprensa, Congresso e empresariado fecharam questão: esqueçam Cunha e tirem Dilma Rousseff e o PT do Palácio do Planalto

Por Wanderley Preite Sobrinho
Dilma pode cair sob as mãos de Eduardo Cunha – foto: Montagem/EBC

No dia da votação do impeachment uma notícia estarrecedora passou despercebido no noticiário. Com um título cifrado, o jornal O Estado de S. Paulo revela neste domingo (17) um escândalo que seria suficiente para acordar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no meio da madrugada e conduzi-lo a um depoimento “coercitivo”, como fizeram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, entregou à Procuradoria-Geral da República uma tabela com 22 depósitos somando US$ 4.680.297,05 em propinas pagas pela Carioca a Eduardo Cunha entre 10 de agosto de 2011 e 19 de setembro de 2014.

O total de propina devida a Cunha, diz o jornal, era de R$ 52 milhões. O título da matéria? “Enviei para nosso amigo um livro de 181 páginas sobre túneis suíços”. A frase, cifrada, era a forma como Pernambuco Júnior falava com seu pai para que ninguém desconfiasse do conteúdo. O delator explicou às autoridades que as “181 páginas” referia-se ao valor de 181 mil francos suíços e, ainda, “túneis suíssos (sic)” fazia referência ao país do depósito, ou seja, a Suíça.

Pernambuco Júnior não só entregou a tabela como deu detalhes sobre o e-mail trocado comentando a transferência de milhares de francos suíços para o presidente da Câmara e até descreveu o escritório de Cunha no Rio de Janeiro. “Um escritório com decoração mais antiga, que tem uma antessala, com uma recepcionista; que, além disso, havia dois sofás, em seguida um corredor, com duas salas.”

Questionado pela reportagem, a assessoria de Cunha respondeu que “é a quarta vez que sai matéria sobre mesmo assunto. O presidente já repudiou os fatos que não tem prova alguma”.

Impeachment

Mas nada disso é suficiente. Imprensa, Congresso e empresariado fecharam questão: esqueçam Cunha e tirem Dilma Rousseff e o PT do Palácio do Planalto.

Pior: Dilma – sem qualquer crime comprovado contra ela – pode ser derrubada de seu cargo em uma sessão de impeachment comandada pelo próprio Cunha e seus milhões de dólares. Durante a sessão, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) resumiu o julgamento do impeachment: “Ninguém fala do relatório [que recomendou o impeachment] porque sabem que não há crime [contra Dilma].”
Link curto: http://brasileiros.com.br/ksYHc

Fonte: brasileiros

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